Mãe, como você me faz falta

Não sei como começar essa carta... Uma coisa sei, você nunca irá ler o que escreverei a seguir...

As vezes tenho raiva de tudo, de todos, do mundo...

As vezes me sinto inútil, sozinha, infeliz, triste, deprimida, e aí sua imagem vem em minha cabeça...

Lembro de quando me pegava pelas mãos, quando me passava segurança com apenas esse toque, com apenas uma troca de olhar...

Queria que você estivesse aqui comigo hoje.

Os anos passam, as horas voam, mas não consigo superar esse vazio que você deixou em meu coração, ele ainda está ali, nove anos depois, sem ser preenchido...

Se eu fechar os olhos ainda sinto seu perfume, seu cheiro... Sou capaz de ouvir sua voz, seu assovio me chamando. Sei que Deus quiz te levar e me deixar órfã, mas a saudade doi demais...

Quando passo por dificuldades, e olha que são muitas, fica mais evidente a sua falta em minha vida.

Quando você me deixou, minha filha era pequenina, tinha dias de nascida, eu suportei com muita dor a sua ausencia, eu sobrevivi esses anos a todas as lutas e batalhas que surgiram, mas confesso que se você estivesse ao meu lado, tudo seria mais facil... o ombro amigo, as palavras de coragem, o abraço acolhedor...

Tenho chorado sozinha, sofrido calada, amargurado as dores, e o tempo tem sido meu aliado, o travesseiro meu consolo aos prantos, e suas fotos avivam em minha lembrança sua imagem...

Lamento que nosso ultimo toque tenha sido gélido, não correspondido. Como eu queria levar uma bronca, mas você ia estar aqui!

Mãe, tenho falta de uma conversa amiga, de um conselho, de uma direção, de sua sabedoria, tenho falta de você minha maezinha...

E o que você levou de mim? apenas as lágrimas que chorei sobre seu corpo...

Te amo pra sempre, e sempre...

Andréa Lauterjung
Enviado por Andréa Lauterjung em 04/10/2006
Código do texto: T256442