O tempo como aliado.

Enquanto pude ficar, eu fiquei.

Quando tive que partir, eu parti.

Tive que ser corajoso e valente;

Não fui covarde ou raivoso.

Era a hora de ir!

Deixei para traz um amor que não podia ser meu.

Tive que deixar outras pessoas e outros amores.

Nesta estrada ficaram muitos amigos;

Adultos e infantis.

Eu parti!

Parti por causa de amores que não podia dar ou receber.

Sai em nome da coerência e do bem estar coletivo.

Não pedi perdão ou clemência, apenas segui noutra direção.

Seguir amores e amigos nem sempre é possível;

Muitas vezes o coração não entende o que diz as convenções.

Mas, se no meio desse turbilhão, alguém as invoca, só nos cabe aceitar.

Não posso negar que quase pedi para ficar, quase desisti de ir.

Não espero o amor passar, só espero que ele assuma outra forma.

Não me desespero ou me conformo, conto com o tempo;

Conto com o tempo que me dirá o que fazer ou não fazer.

Espero o tempo de não sonhar com abraços que nunca terei.

Haverá o momento de poder doar sem parecer que quero comprar.

Existirá a oportunidade de receber sem parecer que me vendo.

Conseguirei demonstrar que não uso o afeto como moeda de troca?

Só o tempo me dirá!

Outubro de 2010.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 25/10/2010
Reeditado em 28/11/2010
Código do texto: T2578487
Classificação de conteúdo: seguro