A ALGUÉM NASCIDO DO MESMO VENTRE

São Paulo, 03 de janeiro de 2011

Tu foste, és e sempre serás o escolhido de Sophia, o livre para viver e para pagar o preço das próprias escolhas. A culpa disto não é tua nem de Sophia, trata-se daquelas matérias do inconsciente humano, não de um ato de vontade. Quanto a mim, mulher, coube e cabe expiar os pecados da ... família, da família que nos escolheu ou que nós escolhemos.

Talvez haja uma Necessidade profunda nisso, Necessidade cujos fundamentos permanecem ocultos e insondáveis para todas as minhas antenas. Não és responsável pela escolha inconsciente de Sophia, eu o compreendo, eu o sei, o que não me elimina um grama desta Dor.

Enfim, já que se trata de fato consumado, que tudo continue a ser aquilo que é, tal como sempre foi, tal como veio a se mostrar.

Não devo acusar-te, embora não consiga isentar-te totalmente de responsabilidade pelas omissões, pelos descuidos, pelo - desculpa - abandono.

Quem sabe ainda nos seja possível, nesta vida, reescrever a história que foi interrompida quando da passagem para Outro Plano daquele de quem herdamos um de nossos sobrenomes. Quem sabe nos seja possível ainda re-conhecer, re-inaugurar o rosto dos grandes amigos e confidentes que fomos, apesar e a despeito do fato de sempre nos ter sido óbvia a escolha de Sophia, a inalienável escolha de Sophia.

Zuleika