À PRIMEIRA VISTA - QUASE UMA HISTORIA DE AMOR

À PRIMEIRA VISTA...

QUASE UMA HISTÓRIA DE AMOR

Alexandre Mendonça

Existem momentos mágicos, repentinos, sem nenhuma explicação aquela pessoa, naquele local, naquele momento exato da vida, naquela hora certa, aparece do nada! Mas vira tudo do avesso, uma mudança de 180 graus, um turbilhão astral, um instante eterno provoca marcas profundas, intensas e permanentes.

Inicia-se então uma história de amor... a natureza decide pregar-me uma peça romântica.

O amor à primeira vista... Nada mais cinematográfico que o amor a primeira vista... O amor que se baseia nos olhos, que se encontra na imagem no que é fortalecido pelo brilho e o esplendor daquela que está ali, feita para o momento.

Então, como a primavera que se anunciava, de óculos escuros redondos, cabelos escuros que voavam de uma maneira suave sobre a janela do carro misturando à cor do veiculo, aparecia a Sandra.

O sol que àquela hora fitava os seus olhos também lhe dava um toque dourado a sua pele clara, mesmo à distância. O rosto sereno completava a visão.

Sem conseguir me conter diante daquela visão, venci minha tristeza e timidez e atravessei em perseguição. Paramos, minha cabeça rodopiava, fiquei pálido e o frio chegou à espinha, me senti indefeso naquele momento.

Descobri que estava diante de um possível amor a primeira vista, em questão de segundos tudo ganhava um novo foco. Está ali bem perto, e ao mesmo tempo tão longe, os pensamentos mudaram de direção e passei a não mais racionalizar... passava a desejar, e decido a correr atrás dela de forma a não perde-la mais de vista.

Nada mais sincero que o amor à primeira vista... Fiquei intoxicado com o afeto e a amizade conquistada em seguida sem prejuízo da bela dose de amor que senti por ela.

Sandra, a vida está em constante mutação com cada dia que tem o seu segredo e basta viver o momento presente para realizar descobertas incríveis. Precisa parar de exigir perfeição, aprender a amar incondicionalmente e saber perdoar; toques simples que funcionam para o sucesso real de um relacionamento.

Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor, contudo esse privilégio a natureza reserva a poucos.

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga!

Quem quase passou ainda estuda!

Quem quase amou, não amou!

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perderam por medo, nas idéias que nunca saíram do papel, por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes Sandra, o que nos leva a escolher uma vida morna.

Ao longo de tantas alvoradas a resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença de um Bom Dia quase que sussurrado.

Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima!

O amor enlouquece!

O desejo trai!

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas! Os dias seriam nublados! O arco-íris em tons de cinza!

O nada não ilumina, não inspira! Não aflige! Não acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros - Perdão!

Para os fracassos - Chance!

Para os amores impossíveis - Tempo!

De nada adianta “amor”, cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance.

Não deixemos que a saudade nos sufocar que a rotina acomode que o medo impeça-nos de tentar.

Devemos acreditar em nós e desconfiar do destino.

Gastemos mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive, já morreu...

Termino aqui em mais uma madrugada.

Grande beijo...

Fim

06/01/2011

ALEXANDRE MENDONÇA
Enviado por ALEXANDRE MENDONÇA em 07/01/2011
Código do texto: T2714240