Querida Eu do Passado

Querida Eu do Passado,

Primeiro, você precisa entender que o mundo não gira em torno de você... E não me venha com essa de “O meu mundo gira” ou “Eu me basto”, porque ninguém é autossuficiente. Entenda que as coisas mudam, que você muda, gradativamente, e não deve se desesperar se for difícil às vezes lidar com isso. Ninguém vai parar de viver quando você estiver triste, chateada ou mesmo entediada... Conte com as pessoas, se apoie nelas, mas não as derrube junto com você. Cobre menos e ajude mais. Reclame menos, sorria mais. Pare para observar a paisagem ao seu redor, deixe o pensamento mais solto. Faça o que tiver vontade, sem medo, sem pressa... Fale o que quiser, nem que seja besteira. Arrisque quando você não tiver nada a perder. Não se prenda a detalhes bobos, mas não deixe de prestar atenção nos detalhes importantes. Não planeje tanto as coisas, não enlouqueça se um imprevisto frustrar suas expectativas. Perdoe-se por não ser perfeita e aos outros por não lerem seus pensamentos. Seja mais flexível e mais paciente. Seja autoconfiante, mas não prepotente. Entenda que ser boa não significa ser boba e ser forte não significa ser insensível, que timidez não quer dizer apatia e independência não é sinônimo de solidão. Deve perceber que as coisas nunca acontecem como você quer: são melhores, piores, ou simplesmente diferentes. E lembre-se de que nossos monstros só nos atormentam se nós os alimentamos... Tente transformar a tragédia em comédia, e rir das próprias besteiras! Deixe que as pessoas te surpreendam, e surpreenda-se você também! Sonhe sempre, mas não se anule em nome de suas fantasias. Seja protagonista da sua própria história, escritora do seu próprio destino... Permita-se ser feliz, simplesmente, sem se perguntar o porquê de nada! Porque a vida não faz sentido mesmo, mas já que ela está aí, vamos aproveitá-la do nosso jeito, não é?

Beijos,

Eu (ou Você, tanto faz)