SOU ARTÍFICE DO MEU DESTINO

Sou o Prometeu de semblante luminoso.

De gesto dominador.

Na profundeza do olhar, tenho o poder de um rei

Que enfrenta o infinito.

Levo no punho cerrado o poder de vencer a vida

E, no entanto acho-me pregado ao penhasco

Com as vísceras dilaceradas pelo abutre.

Em meu semblante a única luz nas trevas profunda,

Cheias de fantasmas, de terror, de odres e de delitos.

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Sou artífice do meu destino.

A mim cumpre realizar o esforço de criar a mim mesmo

Cada prova, cada dor, cada vitória, é um toque do cinzel

A esculpir e embelezar ao sol a obra divina em mim.

Meu, tem que ser o esforço para a conquista biológica

E para me libertar da mais baixa lei do mundo animal.

Tenho o dever de construir a grande obra do espírito

Na rude matéria da vida.