A MALAMBADOCE DE MARÇO

Estou sinceramente feliz com este número, - o das “meninas” e não foi atoa, o lançamento antecipado, exatamente no Dia Internacional da Mulher. Afinal quase que toda minha equipe é constituída por elas.

Observando de fora, com um olho crítico, sinto-me um orgulhoso, como um chefe de clã olhando a sua tribo. Maravilhado, não só pelo resultado final, mas no particular, em cada matéria, em cada aspecto abordado.

Ninguém melhor para abrir este número do que Ela, a Clara Lee, por esbanjar talento e por sua determinação em carregar comigo este empreendimento, mas, sobretudo pela sua feminil presença, com toda gama de sensualidade que possui, senso crítico e sobretudo liberdade, dona que é das suas idéias.

Também tão apropriada abordagem da Dolce Vita, uma mulher que pensa adiante, olhar cinematográfico sobre a sociedade, repórter das emoções femininas. Enfim, a mulher discutida pelas próprias mulheres. A Aninhabailune, com seu talento afinado na escolha das Almas do Recanto, e a preciosa presença da Zélia Maria Freire, uma pensadora antes de tudo.

A literatura discutida no seu aspecto erótico ou sensual, vista sobre a ótica da Ana Flor do Lácio, mais uma presença portuguesa entre nós, e cujo talento e elegância só engrandece o nosso E – Magazine. Também o olhar aguçado do Ruy Barbosa, como o olhar masculino sobre o mesmo tema.

O tão esperado Ensaio Poético. Que agradável surpresa. A Nancy Taqesh. Um estilo pessoal de falar seus sentimentos, moderna, seus poemas tem designer, espessura e profundidade.

Três mulheres diferentes, cada uma com sua verve particular.

Olhares diferentes sobre si e a sua condição:

Helena Frenzel quando passeia seus olhos sobre mídia e a linguagem; a dimensão pessoal colocando a alma como método em Lazara Papandrea; e rebuscado da condição humana no encontro com a poesia, por Mell Mello.

O carnaval tal qual é, em uma variável de visões, um turbilhão rico de opiniões e olhares sobre a festa. Carlos Sena se debruça sobre os mascarados, e assim também a AnaBailune mais uma vez nos brindando com um belo texto. O calor estonteante do humor da Bedelha, o Zero com o seu teatro da crueldade e a Louca, sempre irreverente. Também com grande maestria Calliope rever os primórdios da origem do carnaval e se derramar em suavidade lírica na Fantasiosa. Enfim, reflexões sobre o carnaval em diversas óticas. Como o carnaval a dois da Blue Eyes, ou os sonhos de Vainer d”Avila. Ou o pleno Reinado de Momo a mais comovente visão sobre o carnaval, que vi em um soneto, um brinde do Jacó Filho.

Tipharet trás a galeria de Talentos da Nova Poesia, um trabalho impressionante de jornalismo, trazendo as novidades da literatura, do Cinema e da Cultura em geral. E ofertando-nos com seus poemas luminosos, como uma candeia permanente acesa em nossa sala.

A nova secção de Poetrix, excelente revelador de talentos. Todos muitos bons. Creio que será um espaço muito querido do leitor.

Enfim, a todos que fizeram parte e os que comigo sustentam este sonho poético de mostrar poesias de forma lúdica e moderna, em exercício de difusão de talentos, cultura e literatura na Net.

Esta conjunção estrelar de talentos deu-nos este exemplar do mês de março, cheio de coisas boas pra se ler, e se deliciar, afinal, ler a Malambadoce é uma deliciosa forma de ler poesias.

Obrigado a todos. É isto.

Artur Ghuma