Haze
Quero que aceite, sim, sem humildade na ciência da vaidade a que tem direito de insulfar por si própria. Talvez eu seja o locutor, o representante, o embaixador da massa que nutre por você a mesma admiração que eu nutro. Sim, essa admiração é nutrida, fortalecida dia após dia quando contemplamos seu infante rosto; um holograma da Dolores Haze que criamos em nossas mentes ao ler "Lolita", do Nabokov. Eu poderia me delongar numa torrente interminável de palavras e mesmo assim não conseguiria alcançar a real magnitude da inspiração que você causa com o seu rosto, com a sua tez -possivelmente- macia, com seu perfume -possivelmente- inebriante, com o seu sorriso de moleca, com o seu nariz aristocrático, com os seus olhos penetrantes e impenetráveis, com seu cabelo brilhoso -que abrasa o lúdico léxico de aspirantes a poeta assim como eu- esvoaçante e com o seu peculiar jeito de caminhar -ou seria "flutuar"?- por este linóleo azulado. Não, inalcançável é a magnitude da inspiração que você causa e inalcançável também é a magnitude da sua simples e estonteante beleza.
Resumindo: Você é linda!
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Junho de 2010