carta de Desespero

Já colhi belas flores, em teus olhares. Quando de fato não me olhava e sabia que guardava em si um imenso jardim capaz de florescer minha alma. Não lamente não, somos vitimas de algo tão inevitável,que seria por demais atrevido, desposicionar as diretrizes do nosso destino. Assim eu lhe dizia. Hoje, no entanto,sinto me como um alvo de um mira certeira que aos poucos me invade, tão friamente, mas percebo que meu sangue é estancado. Estou com medo. Nem as flores que outrora colhi, conseguem embelezar minha alma. A força que canalizei para o bem, agora se direciona velozmente contra mim mesma. Não me resta nada. A compreensão do destino me é agora invalida, e o que pulsa é um desespero profundo, uma sensação que se estende a cada momento. A dor da alma se funde com a dor do corpo. Os olhos lagrimejam,não, na verdade choram. Ansiedade, a respiração fica conturbada .o coração uma bomba que parece que vai explodir. Que medo eu tenho?mentiria, se de fato afirmasse algo, porque a verdade é que eu não sei. O que me vem agora é uma imensa vontade de explorar e “vomitar” tudo que há em mim. Minhas unhas querem rasgar toda minha pele, desfigurar meu corpo,romper as dimensões entre alma e corpo.

Meu corpo declina-se no chão,como um sinal de interrogação. È a duvida que me corta, que me divide entre a logica e o coração. Não entendo o por que de tanto desespero.

Meu caso esta no limite,digno de ser mantido somente pela loucura, que incansavelmente busca respostas no meu mundo ilusório. Nela se sustenta a apática esperança de te ter mais uma vez.

Passa em minha mente flash do teu acolhimento que me era tao real( e que achava que fosse verdadeiro), tão intenso, com o “que “ de cura e agora distante e condicionado a se diluir facilmente e morrer.

Agora entendo,está claro como dia, mas ainda frio como a noite,a simples falta de você comovem ate meus pensamentos.

Me abandone não. Justo eu, que acreditava em algo tão sublime, magnifico. Logo eu, adoradora do que pode ser mais belo sob a luz do sol;o amor.

Como pude ser tão submissa?tao depende de coisas aparentemente banais?

Mesmo assim, infligindo as leis de uma nova especie,cuja identidade esta estampada em valores, que creio ter esquecido, eu lhe peço em carência inevitável; Me abandone não.

Flávia Pinheiro

Em tempo: estes são riscos de imensas linhas que estão em mim, e explicam com clareza, esta dor tão cruel. São apenas risco, desse universo de palavras que me habita, que as vezes penso que vou morrer de tristeza.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 17/03/2011
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T2853266
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