...quando nada mais viver...

A um destinatário certo

E depois, quando de nós dois nada mais viver, ninguém poderá

contar que nossa história real - parodoxalmente acontecida na

virtualidade de cristais difusos - não foi uma história certa.

Convenci-me: nesses redemoinhos da vida em que nada pode ser

inteiramente compreendido nem inteiramente explicado, nossa

história mudou o curso das águas.

Fecha teus olhos... reflete: o passado

sabemos ser o segundo passado a nós entregue,

foi o caminho até o futuro que um dia ainda poderíamos viver na

libertação dos desejos aprisionados. Mas... surgiram

penhascos invencíveis...

- O que será de nós?

As flores que nos receberem saberão... estejamos nós ainda

envenenados pelo querer maior ou não.

E o mais será o que nas estrelas já estiver escrito.

Chegar a este mundo não admite exceção à hora da partida...

para ninguém. Sabes que o 'nunca-mais' tanto nos procura, que

um dia nos alcança, com ou sem amor... Mas nós não saberemos.

Os que ficam é que têm o traçado

de cada um que usufrui os voos siderais...

E esse segredo morrerá conosco... Pena o tempo ter-se ido.

Nada saberemos...

"Triste del triste que muere

si al paraiso no va."

lilu
Enviado por lilu em 03/04/2011
Reeditado em 24/02/2012
Código do texto: T2887382