...quando nada mais viver...
A um destinatário certo
E depois, quando de nós dois nada mais viver, ninguém poderá
contar que nossa história real - parodoxalmente acontecida na
virtualidade de cristais difusos - não foi uma história certa.
Convenci-me: nesses redemoinhos da vida em que nada pode ser
inteiramente compreendido nem inteiramente explicado, nossa
história mudou o curso das águas.
Fecha teus olhos... reflete: o passado
sabemos ser o segundo passado a nós entregue,
foi o caminho até o futuro que um dia ainda poderíamos viver na
libertação dos desejos aprisionados. Mas... surgiram
penhascos invencíveis...
- O que será de nós?
As flores que nos receberem saberão... estejamos nós ainda
envenenados pelo querer maior ou não.
E o mais será o que nas estrelas já estiver escrito.
Chegar a este mundo não admite exceção à hora da partida...
para ninguém. Sabes que o 'nunca-mais' tanto nos procura, que
um dia nos alcança, com ou sem amor... Mas nós não saberemos.
Os que ficam é que têm o traçado
de cada um que usufrui os voos siderais...
E esse segredo morrerá conosco... Pena o tempo ter-se ido.
Nada saberemos...
"Triste del triste que muere
si al paraiso no va."