Despertar...
Novamente esta luz azulada refletindo minha tristeza.
Olhando pra tela, e imaginando tantos outros mundos e pessoas, tantas outras histórias e vidas.
Do lado de lá desta tela de vidro, logo vidro...Algo tão frio que deixa transparecer aqui somente o que se quer mostrar.
Tantos segredos ocultos, fugas de vidas sem sentido, sem rumo, sem emoção, sem amor e sem tesão...
Tão difícil ouvir e falar aos corações que nos querem, que resolvemos suprir o diálogo com a indiferença, e encontrar em outros desconhecidos a paciência nas viagens cibernéticas, na inocência de pensar enganar o outro quando engana a si próprio.
Na alienação dessa vida medíocre, passamos despercebidos sem perceber que percepção nos falta pra sentir a vida pulsar nas veias, os espasmos nos músculos, e o aperto no coração.
Sentimos na espinha o frio da competição e da corrida pela..., pelo..., são tantos os objetivos, perspectivas e planos que nos perdemos então, e passamos a ser um projeto de algo que esperam de nós, ou que nós mesmos exigimos de nós, como se nossa existência se resumisse a ter e ser.
Triste homem que corre dos seus medos, se afogando em angústia e desespero, sem encontrar o ideal dos anos dourados, que perdera quando deixou que seu terno cinzento vestisse a sua alma e tornasse os dias nublados.
E a vida?