CARTA AO MEU AMOR

Eu já tinha outra vida, em que ela não tinha nada a ver.

E, ela tinha a vida que sempre preparou para si. Ela deixou de amar, de paixões, que Roberto, pensando bem, achou que ela também deve ter tido outros amores além dele, mas foram suas cartas que ficaram.

Quarenta anos!

E, ela sempre o amara e esperava que voltasse para ela.

Isso não aconteceria. Ele estava bem, casado com Anne, com sua netinha linda.

Mas, essas cartas invocaram nele lembranças.

Sim, do cheiro que ela sempre trouxe em seus cabelos, do seu perfume vários, como a personalidade dela. Ela era várias mulheres, meninas, princesas, anjas, diabinhas, fadas perfumadas que envolviam seus sentidos e seu corpo. Ela sabia deixá-lo louco de ciúmes. Era só um perfume e ele desatava em reclamações. Queria seu cheiro só para ele. Ela não era perfeita, era sua fofurinha, agora chorava, soluçava, batia na mesa com os punhos cerrados, ela estava morta. Sem cheiro nenhum.

Seu corpo, se ainda existia, não deveria ter cheiro. Teve vontade de voltar ao Brasil. Mas, o que dizer para a família, o trabalho? Que queria fazer uma última homenagem a alguém o tinha amado tanto? Não podia!

Mariani Batista
Enviado por Mariani Batista em 09/05/2011
Código do texto: T2959271
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