Cartas à minha Filha - Isis - 18/11/2009

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2009. Quarta-feira às 15:30h.

Hoje já sei o seu sexo. Nossa, como deu trabalho ao médico para ver. Agradeço pela paciência que ele teve. Foram mais de dez minutos balançando a minha barriga esperando que você mudasse de posição e abrisse as pernas. Não sei se é sempre assim, mas mamãe acertou você é uma menina e, como dito em outro dia chamar-se-á Isis.

Foi maravilhoso vê-la. A primeira imagem revelou seu esconderijo e sua atitude até então tão secreta e só sua, lá estava você, ainda sem sexo definido, mas de dedo na boca. Era o seu mundo sendo invadido e eu e o seu pai espionando uma das mais belas imagens. Mas saiba, quando nascer esse dedo não vai à boca tão facilmente, afinal precisaremos zelar pela sua dentição e evitar vícios que lhe sejam prejudiciais no futuro, porém não posso deixar de dizer – estava tão linda.

Você está com 30cm e 605g, já é quase uma mocinha. Sua vida já é viável fora do útero, porém, as chances ainda são bem pequenas, portanto comporte-se e fique em seu lugar quase secreto por mais 3 meses. Apesar de toda ansiedade, mamãe esperará por você o tanto quanto for preciso.

Acho que o fato de saber que tem um nome fez-me sentir o peso maior da minha responsabilidade. Acordei de madrugada preocupada com a sua saúde e com o seu bem-estar, tudo porque vi uma mancha escura no seu abdômen durante a US, embora o médico não tenha dito nada sobre ela e tenha dito que está tudo ótimo. Bom, é medo natural de mãe que tem medo de perder, então, de antemão, peço desculpas por toda vez que eu for superprotetora e acabar te sufocando, mas também te peço paciência para entender o meu lado de mãe que só compreenderás quando for.

Patricia Cardoso
Enviado por Patricia Cardoso em 10/05/2011
Código do texto: T2961011
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