Como será?

Nesse coração existe o lugar solitário. Escondido atrás dos sorrisos,

Trancado, esquecido, por necessidade ignorado.

Oculto pela neblina das realizações; algemado pelas obrigações.

De quando em quando resolve enlouquecer; seus gritos assustam o sono.

Bola de ferro em forma de solidão, algemas da obrigação.

De repente; silencio. conformação.

Somente um coração solitário a caminhar.

Com seu peso a carregar.

Rindo,chorando,ganhando ou perdendo.

Consciente que em outro coração existe o mesmo peso.

Caminhando lado a lado, nessa estrada silenciosa.

Onde palavras não são necessárias, pela necessidade veio o aprendizado, pensamentos falam; silêncios fazem discursos...

Já não existe a solidão quando vem a compreensão.

Distancia, tempo, obrigações... explodem em meio ao tudo.

Tudo que o dever nos obriga a trancar.

Olho o caminho, a frente só um ponto de interrogação.

Atrás contemplo os sonhos, as ilusões.

Meu pensamento preso na encruzilhada.

Ao longo da estrada uma parada me agarra a enganação.

Acabou, o suplicio terminou. a estrada acabou.

Delicadamente ouço o gemido, sinto o peso das correntes.

Sem explicação o peso continua La.

Contra qualquer lógica, continua e continua...

Uma sombra em cada sorriso, uma tristeza oculta no olhar.

Incerteza, ninguém pode parar o tempo... o caminho é de descida,chegaremos rapidamente.

Nesse momento você usa a fé que eu admiro, mas que não tenho.

Além, infinito, oriente eterno, sei lá quantos nomes tem...

Nesse caminhar às vezes pergunto: Por quê?

Meu grito ecoa no silencio, sem resposta.

Que Deus é esse que criou o homem e o verme que devora o homem?

Que nos presenteia com o poder de parar o tempo em um toque de mãos.

Não mais que um toque de mãos...

Que coloca nosso rosto nu, e desafia: avance que faço parar.

Frágeis, humanos, pó.

Limitados a carregar um peso, lutando contra nós mesmos para abandonar.

Analisei suas fotos, seu olhar...

Você segue o caminho, somente segue.

Carta esquisita, que somente você entenderá..

Deixo registrado meu pesar, e vem a curiosidade: quando eu partir como será?