[Sapere... ou a Incompletude]

Atenta para estes fragmentos

que ora te ofereço... são lagos de nada...

Perguntas-me o que eu quero saber,

e te digo que é quase nada...

Pois, eu quase... quase quisera saber,

a cor de teus olhos;

o timbre de tua voz,

a sonoridade do teu sorriso,

o aroma dos teus cabelos,

o toque de tuas mãos...

Mas seria pedir muito,

por isso, quase,

apenas quase quisera...

Pois não preciso saber,

não ouso querer saber,

e nem me atrevo a saber!

... ... ... ...

... E o poema fica assim, na falta a ser...

Um dia, eu o concluo... ou o esqueço;

afinal, tudo acontece assim...

apenas para ter o sabor de ficar incompleto,

pois somos a própria incompletude,

e os nossos olhos jamais irão se mirar.

[Eu sei: é terrível anteperder o olhar!]

Vê só? Pouca coisa eu quisera saber de você...

Também eu capricho de ser irônico,

pois sei bem que só a ironia

há me salvar do ridículo,

e do absurdo de existir!

[Penas do Desterro, 09 de julho de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 09/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3085832
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