Um desabafo na madrugada

Agora são 02:10 da madrugada do dia 20/07/11, estou sem sono, não consigo parar de pensar em nós dois, nas coisas boas que vivemos durante nosso tão pouco tempo de felicidade, penso no nosso primeiro encontro, onde eu , sentada em cima de um freezer, recebia seu primeiro beijo, vc tinha apenas 19 anos e me esperava pra me levar pra casa e ficarmos juntos um pouco mais.

Não deu é verdade, mas a vontade não passou e agora 10 anos depois vc volta pra minha vida de forma jamais esperada, eu num relacionamento e vc em outro. A pressão que nós fizemos a nós mesmos foi tão forte que já não cabia terceiros nos causando desconforto psicológico de consciência manchada.

Decidimos romper com nossos respectivos companheiros de afeto para viajarmos juntos nessa nova empreitada que o amor nos oferecia.Tudo muito leal, para não haver ninguém magoado.

Foram duas, apenas duas semanas de alegria e companheirismo e cumplicidade, onde vivi momentos mágicos com vc e acreditava que também vc estivesse passando por isso, mas o ciúme foi maior que o teu amor, a confiança espalhou-se ao vento como folhas secas no outono,sua confiança esvaiu-se, ou talvez nunca tenha existido.

Não consigo compreender como uma pessoa muda tanto dessa forma, onde está a vontade louca que tínhamos um pelo outro? Sei que sou uma rosa com espinhos, mas havemos de se suportar os espinhos para se ter acesso ao perfume das rosas. Somos falhos, todos nós, eu, vc, nós somos culpados pela velocidade exorbitante com a qual passou nosso querer.

Tenho nescessidade de carinho como todas as pessoas e vc me negou esse direito, foste influenciado pelas palavras vis das pessoas que querem nos separar, vc sabe disso e ,mesmo assim, preferiste acreditar nelas, não me deste o direito de defender-me, nem sequer escutaste-me, apenas proferiste a sentença “culpada” sobre meus ombros e condenou-me a sofrer tanto. Eu, logo eu que não chorava por ninguém há mais de 15 anos. Que me sentia inabalável, indestrutível e inesgotável em forças!

É uma pena, porém te digo: Não há mal que nunca acabe e nem bem que dure para sempre! Darei a volta por cima, como sempre dei, revolverei o pó da minhas roupas que sujaram quando no chão me lançaste e de lá levantarei, como a fênix que das cinzas renasceu.

Levarei comigo tuas lembranças, boas lembranças, pois não há uma sequer que eu não tenha amado. Espero que aconteça da mesma forma com vc, desejo-lhe sorte e que do amor que nem sequer chegou a florescer surja uma bela amizade entre nós, mas que ela venha com confiança e respeito, para que também não seja dizimada como foi nosso prematuro amor.

Um grande abraço;

( obra não fictícia)