UMA NAVE EM ÓRBITA

Minha estrela do espaço,


Depois de certo tempo, tu voltaste para a Terra. Demoraste mais do que devia, eu sei. E doeu muito em mim essa tua tão prolongada ausência. Mas, suportei a tua saudade me fazendo de valente, alimentando-me do meu amor por ti e, ao mesmo tempo, procurando relembrar, lá no meu cantinho, os nossos momentos inesquecíveis. E foi, justamente, devido a eles que eu não morri de melancolia. Dizem que não precisam ser muitos os momentos, o importante, dizem, é a intensidade desses momentos. Acredito que, quem andou dizendo isso, esteja com a razão no que falou, pois é, exatamente, o que eu penso e, por isso mesmo – e diante desse pensar – é que eu consegui superar todas as angústias, tristezas e a solidão de ti.

Todavia, toda essa espera foi premiada com o calor que senti ao ter-te em meus braços. Não foi fácil convencer-te a fazer isso. Tu, minha estrela, és muito determinada e nem sempre te deixas levar pela emoção. Porém, teus beijos, neste encontro, me disseram o quanto a saudade também reinou em teu coração enquanto estavas orbitando outras galáxias.

Neste reencontro foi que compreendi o valor que é, para mim, a tua presença em minha vida, pelo menos, uma vez por cada ciclo de estação. Pode até ser por períodos maiores, mas que sejam, todas as vezes, desta forma como foi agora.

Não quero me ater aos detalhes. Não preciso expô-los. Entretanto, só de pensar no quanto foi prazeroso estar contigo, a minha pele se arrepia numa espécie de liberação orgástica capaz de ser transformada, de fato, em um pleno prazer real, autenticando o que eu sinto por ti.

Mas, estar contigo não é só encontro de corpos e desejo carnal. Estar contigo é poder beber um pouco de tua inteligência e compartilhar experiências que só nós podemos dar um ao outro. Por isso, nossos encontros são equilibrados, mesmo porque sabemos unir todas as qualidades disponíveis, e ao nosso alcance, para que, em estando juntos, possamos desfrutar um da companhia do outro sem ter que apelar para frágeis artimanhas que só levam a desfechos inusitados.

Foi bom, minha estrela. Tu, mais uma vez, provaste que és única nesta galáxia. A tua nave sabe, primeiro, como aterrissar e, segundo – e melhor – como alçar voo em um nível vertical.

Já voltaste para o lugar de onde viestes. Ainda encontro, em meus instrumentos de navegação, a tua presença, em códigos enviados por ondas de quereres – sinal de que ainda não estás assim tão longe de mim. Não vás, desta vez, tão longe no espaço. Fica em órbita terrestre. É melhor – para mim e para ti.

Vou indo... Não para junto de ti, mas para junto de tuas lembranças em mim, pois sem elas não poderei suportar mais outro período de ausência...

Beijos, meu amor...


Obs. Imagem da internet




Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 08/10/2011
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3264830
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