MINHA PLANTA DA ESPERANÇA - Trecho final de uma carta

[...] Não te ouso ofertar uma muda da minha planta da esperança, porque tu não a queres, embora a tua esteja ressecada, quase a morrer no vaso, por falta de cuidados. Em razão disso, urge que eu cuide bem da minha, regando-a, expondo-a ao sol, que esperança é planta solar. Eu te daria uma mudinha, se tu a quisesses. Como dói em mim que tu não a queiras.

É tudo o que me cabe: cuidar da minha planta da esperança, para que ela não morra. Cuidar dela, por ela mesma, cuidar dela por mim, cuidar dela por ti (em tua intenção, ao menos).

Cuidar dela, da minha planta da esperança, também como tributo a todos os outros companheiros que me couberam e me cabem, neste mundo, no vaso da minha alma, no vaso da minha vida; cuidar bem dela, como meu tributo, enfim, a cada um de nós todos.

Gostaria que a visses a crescer no vaso. Gostaria que a visses crescer, bela, viçosa, a minha planta da esperança. Se tu a visses assim, talvez aceitasses que eu te desse uma mudinha dela, como presente do meu amor. Como presente do meu amor.

Na noite de 10 de outubro; publicação no início da madrugada de 11 de outubro de 2011, dia do meu aniversário.