Querida L...
            O amor é a síntese das nossas relações. Até afirmo que somos aquilo que amamos.
            A história da nossa relação será a história da nossa entrega ao amor que nutrimos um pelo outro.
            Assim como não há uma flor igual a outra, uma estrela igual a outra, da mesma forma não há um homem igual a outro. Os amores se assemelham, a entrega é que faz a diferença. Tal entrega é diferente para cada homem. Não existe, portanto, amor igual a outro amor.
            Não estou aqui fazendo jogo de palavras, por favor! O amor é uma palavra que se diversifica sempre, ainda que repetida indefinidamente com as mesmas sílabas, mas jamais no mesmo tom de voz.
            Eu quero, muito, o seu amor. A alegria sobre a qual se funda o meu amor consiste no fato de você também querer o meu. É a minha grandeza e a minha surpresa... Ter querido me amar!
            Há ainda uma coisa que quero dizer a você a propósito do amor: ele não provém da terra, mas sim do transcendente. O grito que me inflama o peito e me faz exclamar: “eu te amo!”; a exultação que sinto na sua presença, a lágrima que brota escondida em nossos arroubos de ternura, nada mais são ações maravilhosas emanadas pelo Criador do universo. Compete a nós aplicar prontamente os lábios e nossos corpos e o coração reconhecendo a passagem dessa corrente que nos impele a dizer: “te amo!” E é o que fazemos, solícitos ao convite que nos impele a um conhecimento pessoal intenso, acalorado, apaixonado.
            Quando me inclino ao seu amor, ele não tarda vir. Quando você se debruça sobre mim numa sublimidade potente e fulgurante estamos pondo em prática o que o amor nos ordena. É uma questão de vontade, não de palavras somente. Porque é amor; e para realizarmos o amor é preciso sermos dois.
            O amor prova-se com atos.