Contráriamente ao que muitos pensam ser o conceito de alta traição à pátria, não são só os Militares Desertores ou Refratários que o praticam desde o tempo que o ser humano se reune em sociedade organizada. 
Em Portugal não foi e nem é diferente, pois já Camões apregoava isto aos quatro ventos: "traidores sempre os houve e há-de haver". 
Alta traição à Pátria, qualquer que seja o País ou Nação, não é apenas aquela ação praticada por qualquer soldado que se passa para o lado do inimigo,  e sim a atitude de qualquer cidadão comum que esteja no exercício de funções públicas. Quanto mais Alto for o Cargo ocupado ainda que temporáriamente, maior será o crime de “Lesa-Pátria” cometido e nós, neste Velho Rectângulo Ibérico, nos últimos 40 anos ou mais, temos hoje, infelizmente, exemplos de sobra para os mostrar ao POVO DE PORTUGAL, seguindo a velha frase do nosso Poeta Maior acima já citado.
Extraído do meu livro "Cartas Literárias" que eu tenho recebido ao longo dos anos que eu já tenho na Emigração, trago-vos aqui citações dev eras interessantes:  

O Jornal Tribuna de Macau republicou artigos emanados em primeira mão,  pelo Jornal o SOL com um título deveras sugestivo - O HORROR DE SAMPAIO POR MACAU !
 (início de citação)
 Jornal Tribuna de Macau -
O Horror de Sampaio por Macau...
 
Um dos mais intrigantes mistérios do ex-Presidente Jorge Sampaio, biografado exaustivamente em dois volumes de memórias, é o seu assumido horror a Macau, que deixou perplexos muitos portugueses que habitam no território, 17 anos depois de ter sido devolvido à China.
A animosidade de Sampaio em relação a Macau – bem como ao seu último governador, o general Vasco Rocha Vieira -, é antiga e só surpreende pela acidez que ainda conserva, tanto tempo decorrido sobre as cerimónias da passagem do testemunho.
Sampaio foi infeliz em várias passagens do que já veio a público do 2.º volume da sua história de vida, cuja editora, para assegurar tão ciclópica tarefa, precisou do apoio de uma ‘bolsa’ financiada por várias instituições e empresas, com valores que ficaram sigilosos, vá lá perceber-se porquê.
Se na política interna os rancores de Sampaio – em contraste com a fleuma que gosta de cultivar – se exprimiram por um inacreditável “fartei-me do Santana como primeiro-ministro”, já na ‘frente macaense’ o antigo chefe do Estado destila um ressentimento vesgo sobre a personalidade do último governador responsável pela administração portuguesa de Macau. Fica-lhe mal.
Sampaio convenceu-se – ou convenceram-no – de que Rocha Vieira estaria a ‘glorificar-se’ em Macau para se lhe opor como candidato presidencial. E a hipótese perturbou-o, temendo que ensombrasse a desejada entronização num segundo mandato em Belém.
E nunca mais arredou pé dessa ideia, cavando divergências com o governador – ao mesmo tempo que mantinha na ‘reserva’ um conselheiro e seu grande amigo, o advogado Magalhães e Silva (que há muito sonhava com o lugar, após uma passagem pelo executivo local).
Sucede que nem Sampaio teve coragem para substituir Rocha Vieira, nem Magalhães e Silva se resignou à perda da oportunidade histórica. E ambos elegeram Rocha Vieira como uma espécie de ‘inimigo de estimação’.
A crónica do que se passou a seguir não foi edificante. Sampaio adiou por tempo escandaloso a condecoração devida a Rocha Vieira e quis entregá-la sem dar nas vistas.
Quando o assunto parecia arrumado, eis que Sampaio aproveitou o livro para confessar que “nunca gostei de Macau” e sublinhar a sua acrimónia com esta pérola: “Em 500 anos nem ao menos conseguimos ensinar português e ficámos com a fama de tipos que foram para lá enriquecer”.

 
É estranho… Macau representa um dos mais expressivos testemunhos da capacidade dos portugueses para se relacionarem com outras culturas e de coexistência pacífica entre diferentes filosofias e credos.
As igrejas católicas coexistem com templos budistas e a procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos, na Quaresma, é tão respeitada como o ritual de outra confissão religiosa.
- Desde que assumiu Macau como região administrativa especial, Pequim tem sabido acautelar a herança Portuguesa.

Talvez por isso, vencidas as hesitações próprias da transição, houve portugueses que regressaram a Macau e não poucos que migraram para o território em busca de novas oportunidades de vida.
Respira-se em Macau um ritmo vertiginoso de crescimento, alargando-se a espaços conquistados ao mar, com uma ‘cidade nova’ erguida entre a Taipa e Coloane (o Cotai).
A TDM continua a emitir televisão e rádio falados em português. Os jornais portugueses publicam-se regularmente. A Escola Portuguesa respira vitalidade, quando não poucas vozes agoirentas vaticinaram, em 1999, o seu fecho a curto prazo. O tradicional Clube Militar é um ‘santuário’ de gastronomia portuguesa, apreciada também por chineses. Ensina-se o português e tem aumentado o interesse dos chineses pela língua, até por causa dos PALOP.
Mas pouco importa. Um dos vícios clássicos da política portuguesa é a fulanização e o imediatismo. Contagia-se o Estado com quezílias e arrufos marginais. A conjuntura esquece a História. Os ciclos eleitorais determinam as estratégias partidárias. Mente-se para ganhar votos. Engana-se o eleitorado, com larga cumplicidade de muitos media.
Influenciado, talvez, por ajustes de contas pessoais, Sampaio mostra uma chocante ignorância sobre o passado e o presente de Macau.
E é pena. Poderia ter-nos poupado à sua visão mesquinha das coisas, ao afirmar sobre Macau que “tive sempre o sentimento de que falhámos completamente a nossa missão”, procurando ‘lavar a fachada’ com a inesperada lamúria de quem quer ficar bem no retrato: “Eu não podia ter feito mais. Só eu sei o que sofri, literalmente. Dei uma luta de morte, apenas por razões de patriotismo e de alguma decência, para fazer as coisas bem feitas…”. Comovente.
Faltou, afinal, perguntar-lhe: que fez ele por Macau? Se descontarmos as intrigas palacianas e as teorias conspirativas, literalmente nada. Parafraseando-o…
(fim de citação)

Notas de roda pé (recebidas por email de fonte digna de crédito) : *Este artigo foi publicado inicialmente pelo semanário português “Sol”, a quem o JTM agradece a autorização dada à sua republicação em Macau
 
 *  É o que dá quando nos convencemos que somos os possuidores da verdade e que todos os outros são parvos. (desconhecido)

*  
Reenvio salientando que vivi em Macau durante 7 anos e o que lá vi então e o que acabei de ver há poucos dias em que por lá passei novamente está bem expresso no sublinhado do artigo acima citado...e as declarações do ex-PR sobre Macau são insensatas, infundadas e por demais lamentáveis, revelando de facto um profundo e irresponsável desconhecimento e desrespeito pelo território e pelas suas gentes...
 
 * Quanto ao ex-PR em apreço, pelos vistos, também não morreu de amores pela Instituição Militar, deixando ao que consta no seu legado, por exemplo a "destruição da Justiça Militar"com as consequências daí decorrentes com que as Chefias de então para cá se vêem debatendo... e continuam em compasso de espera 
 ********* Meus amigos e amigas: Eu que vivi em Macau durante 55 anos, tive sempre muitas suspeitas sobre a credibilidade da política e, pela leitura deste excelente artigo, convenço-me que a política é mesmo um jogo viscoso e horroroso...só quem viveu em Macau é que poderá avaliar com precisão, os "altos e baixos" de Macau devido à confluência dos costumes, religiões e línguas e das dificuldades de muitos governadores de manterem o território e populações com invejável nível de vida até a sua transição para a China em 1999.
Abraços, Giga.

Nota de Rodapé: os textos sob “citação” acima são da responsabilidade de cada autor original. Aqui na minha página Literária eu sou o responsável pela transcrição “sic” ou seja; sem tirar nem por uma vírgula sequer. A verdade acima de tudo… e tarde ou cedo ela sempre aparece!
É triste ver um Presidente da Répùblica condecorar em público várias pessoas que comprovadamente mataram soldados de Portugal. Se isso não é Alta Traição... vou ali e já volto!   

 
 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 20/10/2011
Reeditado em 07/09/2019
Código do texto: T3288745
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