HOJE não é dia...

Hoje não é dia de desistir, poderia..., mas não é.

Pode ser um dia/noite de pausa...

Um tempo reservado para uma profunda reflexão,

entre o que vale a pena e o que queremos que valha.

Hora de parar, silenciar, chorar até...

Encontrar os motivos pra seguir em frente, razões para ter razão.

Buscar lá no fundo um perdão pelas autosabotagens, ou pelas sabotagens alheias.

Sempre acreditei na bondade humana, pena que nem todo ser humano nela crê, ou a vivencia.

Dizem que se olharmos muito tempo para o fundo do abismo ele retribui o olhar. Não duvido... o medo é que ele nos reconheça e nos chame pelo nome.

Quantas vezes você sente um inexplicável nó na garganta, uma dor no peito, coração apertado... olhos ardendo com lagrimas prestes a cair?

Somos seres programados, sim, para agir, pensar, viver num molde preconcebido por mentes psicóticas que nos julgam tolos, influenciáveis e que depois nos julgam por infringir as leis nem um pouco justas que nos regem.

Fugi do molde, quebrei a forma, joguei fora o cinzel e recusei terminantemente a ser “mais uma” na concepção social. Se fui banida? Não sei e não me importa... porque importaria?

A cada dia soma-se um e diminui-se um... ao final, que importância tem?

Olhando para trás dá uma enorme vontade de parar, desistir, descer do banco, renunciar ao bando, tornar-se eremita, fugir de tudo...mergulhar no esquecimento e emergir onde ninguém saiba, nem nós mesmos saibamos quem somos...fomos.

Olhando para frente as perspectivas mesclam-se aos sonhos e nem todo cuidado e planejamento pode ser uma garantia mínima de sucesso, nem toda esperança é semente de futuro.

E como diz o poeta: “então sigo mesmo sem vontade” até encontrar o motivo de existir e a razão de viver.

Porque hoje não é dia de desistir, por mais triste que seja o dia/noite...ainda não é o ultimo, o derradeiro dia onde tudo se resumirá ao que fizemos...ao que deixamos de fazer...porque não haverá um amanhã para tentar-se consertar o que quer que seja.

Não escreverei meu nome numa pedra, nem o soprarei ao vento...

Mas o amor que sinto... que me anima e move pelas trilhas por onde sigo...esse será chama que devora e ar que vivifica, nascido no oceano de mim...semeado nas águas do mundo, por e para ti...