Vivo de profundo silêncio poético

( a minha jornalista )

Minha senhora, sabes o quanto tempo faz que já não escrevo poemas... Sei que tens notado e talvez até com certa angustia essa minha ausência nos versos...

Vivo de profundo silêncio poético. E este silêncio, meu bem, é mais dinâmico que se eu estivesse a escrever-te sequencialmente...

Estou a viver-te e a contemplar dentro de mim com a mais perfeita comunhão... A tua lembrança é doce, e adoça todo meu interior.

Nossa paixão é bela porque o amor que a conduz é sólido, e este amor não nasce de qualquer espécie de desejo, nasce do mistério do encontro que se prolonga... Nosso amor é fermentado com o querer das chamas que não se apagam nem mesmo à mais triste e solitária estação invernal...

Temos conhecimentos de nossas situações adversas, temos nossas paixões complementares, que mesmo não sendo fontes de nossa vivência não deixam de ser necessárias as nossas responsabilidades.

Sei de tuas lutas e superações, e isto me traz um orgulho imenso de ti, me faz ver que tu és aquela parte feminina que tanto procuras este moço que é poeta... Sinto-me que me completas, porque me trazes os mais belos predicados que pode haver em uma mulher essencialmente mulher. Talvez isto explique a minha persistência em querer te possuir por minha, tão somente minha mulher.

A vida não é fácil, minha querida, bem sabemos. A realidade muitas vezes dói porque ela vem sempre acompanhada com razões que nos roubam a animação, mas não somos seres condenados à razões, elas por vezes nos paralisam, isto é certo, mas não nos solidificam, porque o que nos movem é o amor, e o amor é maior que tudo, é que nos impulsionam a retirar pedras do caminho e plantar flores...

Sinto tamanho desejo de lhe abraçar agora, de dizer nos teus olhos: “tudo vai ficar bem”. Há uma distância que separa nosso abraço, a responsabilidades que nos prendem, ou que fazemo-nos prendidos, há um certo receio..., não sei. Sabe, precisamos mesmo é daquele pouquinho de loucura para nos encontrarmos definitivamente e sermos felizes...

Merecemos a felicidade, meu bem!

Agnaldo Tavares o Poeta
Enviado por Agnaldo Tavares o Poeta em 02/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3312931
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