Confidente

Um dia qualquer

De um lugar qualquer

Mas, num momento muito especial.

Para alguém tanto e quanto

Não há como expressar o que sinto por você, as palavras são limitadas. Não há como desenhar um símbolo que represente o que sinto por você; toda aparência quando exposta é condenada e tende a fenecer. Não há como sonorizar, não há como telepatizar ou fazer uma telecínese... Perdoe-me as limitações. Mas, creio que o fato de você ter me aceito, faz de você uma pessoa no mínimo compreensiva, compadecida pelo que me aflige, consegue ver por entre tudo o que realmente há em mim. Que bom! Assim você conseguirá ouvir "Sim", embora a palavra expresse "Não"; "Te amo", apesar de "Não gosto de você", "Me ajude!", no lugar de "Me esqueça". É claro que não devo me aproveitar disso para tornar um "caos" suas concepções, menos ainda gerar-lhe uma crise existencial; mas, posso ao menos tirar certa vantagem e fazer de você minha confidente; aquela a quem posso exteriorizar meus defeitos sem o receio de ser prejulgado. Posso expressar devaneios incondicionais a minha postura masculina ou manter um estereótipo produzido antes mesmo da infância por conceitos cativos e reprimidos. Sim, posso ser o sincero, (o mínimo possível) chorar se necessário, gargalhar evidentemente ou ficar em silêncio, sem explicar coisa alguma.

Outros pensarão: "Estranho!?"

Você sentirá: "Ele não sabe o que fazer"

E quanto ao medo, não terei medo algum de sentir medo perto de você, pois sei que só você é capaz de perceber que é preciso muita coragem para se ter medo.

E assim, perdoe-me pela carta que ainda não lhe escrevi. Mas, decifre a outra. Nela estão contidas as coisas que normalmente, outra pessoa não precisa saber, mas, para você, nada deve ficar oculto, mesmo que eu não consiga lhe dizer.

Perdoe-nos. Somos homens. Um misto de divindade e um conflito qualquer, tanto que para não ficarmos sós - o que não é bom - Deus precisou criar o oposto...

...Saído de nós mesmo.