O Método Adriânico de Como Comer a Alma Alheia

Não, não queira mentir para ela. Não queira enganá-la.

Não prometa o que não poderá cumprir. Se contratou, cumpra o contrato. Não invente desculpas, subterfúgios ou histórias mal contadas para tentar convencê-la.

Se errou, assuma o erro. Diga o que fez, mesmo que seja algo medonho, mas fale a verdade. Se não puder cumprir o prazo, avise; se não puder efetuar os trabalhos, diga de uma vez. Não a trate como idiota, e nem deixe que ela perceba que você está fazendo assim.

Ela tolera por um tempo. Uma vez, duas vezes, três vezes, na quarta...

A Baixinha vira simplesmente um trator!

Cuidado, não fique na frente dela, pois fatalmente será atropelado.

Não, não há como fugir da sua metralhadora verborrágica; se tentar ludibriá-la e não assumir o erro logo, my friend, provavelmente terá pelo menos uma hora em que será torturado com as palavras mais duras que alguém poderia proferir.

A pessoa vira-se para um lado e para o outro, tenta uma justificativa mole, uma mentira, um argumento fraco, sem segurança; ela percebe logo e contrataca com toda a força.

Enrola e enrola, justifica-se com excesso de serviço, atribulado com afazeres mil, e ela não aceita esse tipo de escusa. O adversário vira-se para lá e para cá na vã tentativa de tentar ludibriar a Baixinha.

Ela rebate todos os argumentos, um a um, trazendo até mesmo elementos novos e inusitados que ninguém cogitaria num primeiro momento.

Utiliza conhecimentos que acumulou com leituras e com a experiência de vida, que são muito vastos, para saber sobre todos os meandros daqueles que tentam lhe prestar um serviço ruim.

Se o interlocutor tiver um mínimo de inteligência e um pouco de brio, assumirá logo seu erro e conquistará a simpatia da Baixinha que dará um sorriso largo e terminará a celeuma com um aperto de mão.

Mas se essa parte contrária insistir em seus argumentos vagos, ela é capaz de passar horas a fio até que a sua pendência seja solucionada.

Não queira, amigo meu, ludibriar a Baixinha, queira ser lançado ao mar, mas não tente fazê-la de boba. Seria melhor passar a eternidade no lago de fogo e enxofre, onde o fogo nunca se apaga e os vermes nunca param de roer.

De início tomei um baita susto com o poder devastador da fúria da Baixinha, fiquei imaginando se um dia brigássemos, como iria sobreviver a um atropelamento desta proporção?

Mas hoje sei que isso jamais irá acontecer, pois o que ela cobra dos outros é o mesmo que eu cobro, ou seja, honestidade, bom caráter, verdade, decência, respeito, vergonha na cara...

Hoje até admiro como ela luta vorazmente pelos seus direitos e pelos direitos daqueles que ama.

Confesso que já estou quase aderindo ao Modo Adriânico de se Comer a Alma Alheia. Já presenciei a menina em ação e vi que o resultado foi muito bom.

Mas, minha gente, descrevi apenas uma pequeníssima porcentagem da mulher que eu amo. Pois, na maior parte do tempo, ela é de uma simpatia contagiante, de um sorriso encantador e uma companhia mais do que agradável; em suma, uma doçura de mulher.

Amor, a cada dia que passa, eu te descubro mais; melhor do que isso, o que parecia ser um defeito num primeiro momento, apresenta-se agora como uma qualidade.

Nervosa ou alegre, meu Amor, saiba que sempre estou ao seu lado para amá-la e protegê-la, aconteça o que acontecer.

Beijos do teu Amor.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 07/11/2011
Código do texto: T3322639
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