Quando 2006 der seu último suspiro estaremos aliviados. Terá partido um ano que ficará em nossa memória e na história mundial, como todos os outros com todas as marcas e cruzes.

Duas mil e seis razões tivemos para mudar o comportamento errado. Ter dado maior chance aos bons sentimentos, às emoções.

Duas mil e seis razões tivemos para apertar as mãos de nossos semelhantes e sentir-lhes o calor e o pulsar de seu sangue correndo pelo corpo;

Duas mil e seis razões para afastar a depressão trabalhando para a construção do grande
abrigo terreno onde nós estamos asilados por tempo indefinido;

Duas mil e seis razões tivemos para um bom entendimento desde que tivemos os olhos abertos para a Terra onde o Criador nos colocou para contemplarmos suas maravilhas.

Duas mil e seis razões tivemos de levantar um caído, mas... sentimo-lhe o peso e o largamos à própria sorte;

Duas mil e seis razões tivemos para evitar e prevenir o choro das crianças e de suas mães, e o que fizemos para que tal acontecesse?

Duas mil e seis razões de levantarmos nossas vozes e dizer claro e sonoro para não desperdiçarmos nossos talentos com banalidades e efemeridades;

Duas mil e seis razões de vencer a aridez de pensamentos com a construção de açudes benéficos e pacíficos em torno de nós, e continuamos secos de amor e solidariedade;

Duas mil e seis razões de evitar o frio gélido, nas mãos e pernas trêmulas de medo pela violência doméstica aos idosos;

Duas mil e seis razões tivemos para mostrar às nossas crianças que somos seres desenvolvidos, inteligentes merecedores da bondade divina.

Perdemos todas as chances de construirmos um mundo melhor, mais humano mais digno, mais verde, mais florido, com ar perfumado de rosas e jasmins do amor.

Dois mil e sete será mais uma razão para sermos felizes coletivamente,
pois enquanto houver um ser chorando de fome, de frio, de dor física ou moral, desabrigado, será nossa obrigação procurar e encontrar solução para minorar seu sofrimento.

Dois mil e sete está a nos esperar, e pede-nos que contemplemos o espocar dos fogos terrenos imaginando que também é o espocar de fogos celestial a festejar mais uma grande oportunidade, “porque ainda somos os mesmos e vivemos”.

Que 2007 seja pleno de realizações para toda a humanidade e principalmente para os participantes do Recanto das Letras.


Abraços e beijos.