Coragem Luiz!

Querido Luiz;

Mais uma batalha começas a enfrentar!

Não te bastou a retirância de Pernambuco para tentar a vida;

Não te bastou a emigrância para São Paulo, onde todo nordestino é bahiano;

Não te bastou a militância em São Bernardo com os aposentados do sindicato, nem a prisão em plena ditadura militar;

Não te bastou fazer a assembléia no estádio da Vila Euclides, com os helicópteros sobre a cabeça;

Não te bastou a prisão pela Lei de Segurança Nacional.

Não te bastou enfrentar os preconceitos;

Não te bastou ser chamado de cachaceiro, mas também lembra de "um de seus primeiros atos como presidente do País!";

Não te bastou ser cognominado pelo Obama de "o Cara!"

Não te bastou liderar a instalação de uma democracia liberal e social no Brasil;

Não companheiro!

Tinhas, Luiz, de arranjar mais uma luta!

O que mais anima, Luiz, é que você já gastou todas as suas derrotas nas tentativas de ser presidente do Brasil e, dessa maneira, de ti, hoje só se espera vitórias!

Luiz, já fomos colegas de partido; já estivemos em convenções juntos. Tu não te lembras de mim, mas 1989, fui até da equipe que te deu segurança num comício no Rio de Janeiro.

Fiz uma foto sua lá em Natal, na UFRN em 1994, "só para levar minha filhinha de 03 anos!".

Gosto de você, Luiz, mas temos muitas divergências, pois nunca fui de "articulação" ou "campo majoritário" exijo ser dono de minhas idéias e de minha visão da política e para piorar sou Carioca, o que é quase uma ofensa para qualquer paulista, mesmo para um lá de Garanhuns!

Nunca fui intelectual orgânico (no sentido de pertencente a uma organização), mas sempre fomos (Você e eu) intelectuais orgânicos (no sentido do Gramsci, sujeitos que pensam seu fazer e o seu pensar na luta contra-hegemônica).

A tua luta é desta vez, orgânica demais, desculpa o trocadilho, mas esteja certo: Vais vencer!

Estamos juntos e não me surpreenderia se daqui a pouco fizéssemos uma passeata dos carecas em sua homenagem! Carecas de todo mundo, uni-vos

Luiz, vou terminar esta carta, lembrando os versos do último jingle político que cantei, para te dizer, amigo, que estamos no mundo inteiro "de vez, torcendo a favor":

BOTE FÉ!

"Não dá para apagar o sol,

não dá para parar o tempo.

Não dá para contar estrelas,

que brilham no firmamento.

Não dá para parar um rio

quando ele corre para o mar.

Não dá para calar um Brasil

quando ele quer cantar.

Lula lá brilha uma estrela,

Bote essa estrela no peito

não tenha medo ou pudor

Agora eu quero você

te ver torcendo a favor,

A favor do que é direito,

da descência que restou.

A favor de um povo pobre,

mas nobre e trabalhador,

é desejo dessa gente querer um Brasil mais decente

ter direito a esperança e uma vida diferente

É só você querer que amanhã assim será

Bote fé e diga Lula lá …”

Sempre ouviremos sua voz rouca e em breve veremos de novo sua cabeleira e sua barba.

Continuamos a Botar fé!