CARTA AO SER AMADO

Um dos significados possíveis do que seja destino, talvez mais apropriado para esse evento, seja a combinação de circunstâncias ou de acontecimentos que influem de um modo inelutável.

E realmente torna-se invencível lutar contra fatos fáticos. Como bem dizia uma repórter de uma rádio famosa em Belo Horizonte: “se você não quer que vire notícia, não deixe que o fato aconteça!” Pois bem. E quando os fatos não dependem das pessoas, que são arrastadas para os acontecimentos? Poderia ser vencível? Ou é um poder do destino?

Há anos que um fabuloso dia me acompanha, qual seja, 17 de dezembro. Motivos imperiosos cercam essa data, recheada de emoções e bons fluídos de uma energia poderosa chamada amor. E quem nunca amou, certamente, não sabe o valor, o significado, verdadeiramente, de um detalhe. Como dizia Roberto Carlos – “... detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes para esquecer...”

Não sei, nem me importo em saber se outrem guarda carinhosamente tal data. Não interessa. O amor tem dessas coisas, torna-se irreal valores terrestres sopesados pelo mundo da razão. Quem ama, ama e não importa explicações. Sentir é maior que viver o mundo pobre dos humanos racionais, diante da grandeza eterna do amor. E por isso, declaro convicto que eu te amo – 17 de dezembro - e como sempre, inesperadamente, trouxe ao meu deleite a grandiosidade da força do destino em deparar com o ente amado, ainda que não visto, mas já valeu a pena a visão singular unitária e parcial do que se ama.

O objeto do amor, perpassado pela visão do ente que ama, alimenta, deverasmente, a alma, embriaga todo o ser. O amor em plenitude talvez seja a capacidade de entender e subtrair que não importa estar junto ao objeto amado, mas sim, em saber que está bem guardado, bem cuidado, enfim, saber que o ente amado está feliz. Isto basta para quem ama. Ressaltando que na impossibilidade momentânea dos acontecimentos que impeçam a realização do ato do amor, que é, sem ser hipócrita, estar juntinho ao ser amado, desfrutando e dando frutos ao amor maior.

E o que ainda aguarda o poder do destino para a separação do objeto amado e do seu ente, certamente, como nos melhores romances, não é o breve retorno, para, inesperadamente, uma nova ruptura. Não! Isso não é amor, isso é romance por romance. Mas e se no romance também existir o amor, que saibamos dar vazão no momento exato para não elastecer demais nossas perspectivas sobre o amor.

Fica assim, o gosto adocicado da sensação de que valeram as lembranças eternas de um verdadeiro amor, ou então, de um simples romance. O que importa é a faticidade dos acontecimentos, que nos impulsa, ou melhor, nos catapulta para o encontro inesperado do outro, do ser amado.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 26/12/2011
Código do texto: T3407456
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