AO POETA QUE "MORREU"?

Olá, Poeta!

Vejo que revives! Lembro-me de que já falaras outras vezes que morrera... Corpo sendo levado pela Polícia Rodoviária... Fiquei sabendo depois que caso semelhante acontecera, mas por conta de um câncer que atacara teu filho que fora ser tratado no Exterior... Ah! Sem deixar de mencionar o acidente de carro, que te privou de movimentos das mãos, de parte da perna, de um braço amputado... Além da perda total do automóvel, não foi mesmo?

Mas aposto que jamais imaginaste que o respeitado líder religioso vê-lo-ia às voltas com a cerveja e o cigarro na mesa do bar, ao passar pela rua que o levava à reunião que acontecia próximo a essa cidadezinha onde dizes estás morando! Sim, o honrado e digno pastor com seus cabelos brancos de sabedoria, viu com seus próprios olhos, o senhor, Poeta, fumando e bebendo... Que vergonha, heim?

Quanta calamidade, não é mesmo? Maldade talvez? De quem? Quem usa o que é privativo de quem?

Falta-te alguma coisa? Pois a alguém que bem conheces também falta. Vejamos então, posso listar! A começar pelo que menos importa, que é o material:

- US $ 1,300 pela pretensa compra de um lap-top última geração que seria trazido da América pela esposa de um imaginário amigo;

- R$ 600, pelo tratamento odontológico com direito a tratamento vip com especialista de altíssimo nível profissional, pelo simples fato de que tinha ao seu lado alguém respeitada verdadeiramente – e não apenas virtualmente (visto que a Internet aceita qualquer coisa, não é mesmo?) – na comunidade onde fora criada e morava.

- R$ 600, pelo pagamento de conta atrasada da operadora de celular na qual gastaste centenas de reais e tinhas débitos...

- R$ 300, pelo saque para inscrição de vestibular dos teus filhos – dos quais um tu já sabias que não faria o vestibular (e não precisaria inscrevê-lo. O que fizeste com o dinheiro dessa inscrição?), sem contar o outro, que teve a inscrição paga pela avó...

- R$ 2.700, pela mensalidade no flat de primeira linha onde foras morar, sem que tivesses condições reais de bancar tal despesa (e não tiveste a hombridade de assumir tua realidade)ç

- R$ 400, da quantidade exagerada de cartões confeccionados para comunicar algo construído sobre mentiras desde o início...

- R$ 9,750 de contas de luz, telefone, condomínio, aluguel, multa rescisória, franquia de seguro de carro, dívida com quem te emprestou dinheiro para pagar outras contas quando ainda estava lá...

- E mais um sem-número de contas, todas devidamente guardadas...

E tu, que contas tu pensas que tens a prestar? Prestarás contas, Poeta, ao Autor da Vida, ao qual prometeste obediência – e obedecer ao Autor da Vida é, entre outras coisas, ser honesto e falar a verdade...

Ao que conta mais, falta-lhe a paz e a tranqüilidade, falta-lhe tu parares de enviar emails a amigos e familiares dela, com mentiras e baboseiras, lixo, que só mesmo tu consegues deitar no papel!

Ora, Poeta... Tu tiveste sua virgindade, mas perdeste o seu amor pelas contínuas mentiras e fofocas que contaste não antes e durante o período que estiveram juntos... Tu perdeste o respeito e o amor daquela que guardou para ti a pureza do amor pelas insanas e desesperadas e estúpidas e egoístas mentiras que falaste e continuas a falar depois que tu mesmo agiste de forma que a confiança que ela tinha em ti fosse demolida e desmoronasse bem diante de teus olhos.

Agora, ela não tem mais virgindade nem amor. Ela agora tem sexo quando quer e com quem bem entende. E sempre falará disso e saberás que não serás mais, nunca, tu a tocar-lhe a pele e sentir-lhe os aromas. Não serás mais, nunca, tu o alvo de suas carícias e afetos! Conviva com isto, se puderes! Se não, que te mates mesmo, mas de verdade! Perdeste a dama e o anjo que jamais encontrarás de novo nesta Terra.

Passar bem, Poeta! E que vivas bastante, para colher tudo que plantaste e fizeste que outros sofressem quando o que sempre deles recebeste fora amizade sincera. Coisa que tu nunca deves ter conhecido, desafortunadamente...

(esta carta retrata o relacionamento de dois poetas que um dia se encontraram e por fim desencontraram).