Receita de minha mãe ao Filho que tosse

História de chá e outras de minha Mãe Maria das Mercês N. Pereira

Chegara a carta em letra linda, que viera à frente da visita de Minha mãe quando meu filho Lucas Trindade Pereira tinha 7 anos.

Eram os anos de 2004, dos vinte três dias transcorridos de de julho do ano corrente; e ela sugerira a mim a seguinte receita de Chá contra tosse:

1º). Pé de erva de São João com a raiz limpa ou lavada em água;

2º). Folhas de laranja da terra;

3º). Brotos de ameixa do quintal (se sua casa tiver quintal ou horta, algo difícil nesses tempos de redução da propriedades - as crianças não brincam nem dentro e nem fora das casas, porque na rua há todo tipo de violência e os quintais estão desaparecendo; se não de tudo, foram reduzidos drasticamente. Houve um menino que nem conhecia galinha de verdade; ficou assustado quando viu uma em uma feira ou mercado).

MODO DE FAZER:

1 litro de água,

1 xícara de açúcar,

Ferver todos os ingredientes acima, até reduzir um copo (de plástico, cuidado com os copos de vidro, pois não suportam o choque térmico - há o cuidado porque se quebrar você perde tudo e até os ingredientes acima mencionados por minha mãe; peça a alguém que saiba fazer a receita e não se queime a cuca e nem os dedos e nem quebre seus copos - a sua mulher pode não gostar; nem diga que fui eu quem o sugeri a você - há muita gente que não gosta de sogra, não é?)

E, continuando a receita:

Colocar no vidro tampado. (não coloque o material acima nem em copo de vidro e nem em vidro, porque senão eles quebram com o choque térmico.) Deixe primeiro resfriar o chá em lugar seguro (digo, seguro, que não caia inseto ou sujeira em seu chá).

Deixe esfriar e colocar 5 gotas de iodo.

(veja com o farmacêutico, que tipo de iodo é esse, pois pode provocar intoxicação em você e nos seus entes queridos. Isso é coisa de minha mãe: cuidado! Os antigos têm cada coisa esquisita, não é?)

Obs.: O iodo é o mesma fórmula ou semelhante ao que vem no composto químico do sal de cozinha. O iodo evita o bócio endêmico.

É que, como diria Cecília Meireles, houve um tempo, não muito longe, em que da janela de minha casa dava para ver um quintal ou um jardim: não havia Pharmácia tão perto de casa e a gente precisava de pegar a receita com alguém que sabia fazer remédios, xaropes, chás, etc.

Havia os Boticários (não era só perfume que era vendido, mas também os remédios em vidros coloridos e grandes, outros em vidros pequenos e delicados... todos frágeis.) ou as farmácias de manipulação de remédios... Hoje, os costumes são outros, e povo ainda toma muito remédio... Não é?)

Puxa! Agora, depois de resfriado ou morno, pode tomar, e adeus a tosse!

Só sei que a tosse minha e de meu filho acabou e não ficamos contaminados pelo iodo da receita de minha mãe.

Cuidado: antes de tomar quaisquer medicamentos, consulte você seu médico e homeopata de confiança.

J B Pereira,

em memória de minha história familiar, minha mãe.