Corações de porcelana?

Engraçado como tentamos consertar as coisas, tentamos arrumar a bagunça que fizemos em nossas vidas. Se egoístas, geralmente não poupamos o outro, somos vítimas neste caso. Se justos, arcamos com as conseqüências de uma relação frustrada. Calculamos as perdas e derramamos dias seguidos, lágrimas sentidas. E tem sempre aquele anjo em forma de amigo que nos empresta o ombro, os ouvidos e poucas palavras, pois só nós queremos falar e nunca ouvir. Quando não, ficamos naquele mundo a parte, onde reconstruímos possíveis: reatar relacionamentos. Abusamos dos efeitos especiais que nossa mente proporciona e sempre caímos no mesmo fim. É o fim e pronto. Que nada, o coração de quem ‘ama’ é, por demais, teimoso. Muitas vezes ferido no orgulho, isto sim. Faz se magoar por tempo indeterminado, minando quaisquer possibilidades de acender o fogo de nova paixão. E passei por tudo isto, muitos passam. Mas certamente isto não é amor. O amor é bem simples de ser vivido. Geralmente se complica por falta de coragem de receber um não ou ser mal interpretado. Sei lá, sempre tem uma desculpa pra começar o negócio pelo meio. Onde está a essência do namoro? A conquista do parceiro, o romantismo que prepara os seres pra se conhecerem? Hoje em dia estamos acostumados por demais ao consumismo, e não só material, ao consumismo sexual. Já não existe aquela surpresa no sexo oposto. Tudo fica muito evidente, mata a curiosidade na primeira olhada. Os transeuntes desfilam como materiais em exposição, qualquer um pode pegar e levar. Se não gostar deixa de lado e parte pra outra. Nossa! A que ponto chegou esta Humanidade, a de sermos simplesmente descartáveis. Onde estão os sentimentos, ainda somos humanos, não? O que muitas vezes se espera é que aconteça algo mágico e mude tudo. Ou pior, querer que o passado volte, ele não volta. Estaciona mas não volta o tempo de se querer algo bem feito. E certamente ninguém quer ser o primeiro a recomeçar, eis o problema, recomeçar. O tempo não para, então o jeito é mudar nosso modo de pensar e agir, buscar dentro de si sentimentos reais. Deixar de tentar encontrar a felicidade no outro, ela está em você mesmo. Uma pessoa que se conhece, irá facilmente se afinar com o parceiro ideal. Chega de justificativas absurdas, e de filosofias confusas. Sejamos mais simples, conquistando com seus próprios méritos o amor que realmente vale a pena ser vivido.