Mossoró, 25 de fevereiro de 2012.

Querido, 

Não sei se o inverno chegou para ficar, mas, para mim, parece que chegou de forma intensa. Pelo menos foi o que senti nesta noite fria enquanto a chuva banhava a cidade. 


Enquanto ela caia lá fora, aqui dentro meu corpo reclamava sua ausência, mas não é apenas em meu corpo que se reflete a sua falta,  meu coração, que sempre se alegra e se enche de alegria quando você está próximo, entristece quando a distância nos separa.

O frio se faz mais forte quando seu corpo não se encontra sobre meus lençóis, mas minha alma se aquece quando me lembro do seu amor transbordante, traduzido em delicadas viagens da sua mão a vaguear por meu corpo.

Ficar ao seu lado é algo que vai além do físico, e não simplesmente porque me satisfaz o fato de estar junto à sua pele e ao calor de suas agradáveis carícias, mas porque a forma como nos tocamos e excitamos nos faz viajar através do tempo e do espaço, nos aproxima do belo, nos coloca em sintonia com os deuses do amor.

Você é tudo para mim, sua presença é tão sublime que nossas carícias tornam mais puros os nossos exageros, abençoa a luxúria com que nos entregamos aos ardentes arroubos da paixão.

Querido, banhar-me na chuva que acabou de cair me fez pensar em você como fonte de amor, paz, alegria e completo êxtase, como se toda a água do universo estivesse, naquele momento, represada em meu corpo, pronta para inundar o planeta com gotas de felicidade em estado de espera.

Sua presença efetivamente me conforta e me faz feliz. É impressionante como me acostumei tão rapidamente à sua presença em minhas noites e dias, ao contato da sua pele morna e à maciez da tua mão a me afagar num terno abraço e não consigo me acostumar com o rigor da sua eventual ausência em meus dias. Costume, na verdade, é insuficiente para definir o prazer de sua presença e/ou a dor de sua ausência.

Mesmo em meio a tantas atribulações, incertezas e medos inerentes à existência e ao cotidiano, o fato de saber que a qualquer momento você vai voltar e tocar minha a alma com a delicadeza de um bálsamo e o morno calor de uma lareira faz com que as lágrimas de saudade se transformam em um sorriso de doce espera.

E por me fazer assim, completa e feliz, é que eu sinto tanta saudade de seu abraço, seu sorriso, seu gosto.

                                                                        Sua Nega






Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 26/02/2012
Reeditado em 27/02/2012
Código do texto: T3522268
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