Notícias do Zé Honório

12/11/2001

Eduardo, o meu amigo Zé Honório me confiou esta linhas. Mando-te porque merece ser lido.

Jacques

Coluna do Zé Honório.

Agora está confirmado; os Estados Unidos estão usando armas químicas no Afeganistão. Diz a nota que elas provocam problemas respiratórios. Os EUA estão querendo transformar os afegãos em ofegões. E quanto aos pacotes humanitários, continua caindo maná do céu, ainda que os aviões americanos confundam um pouco as coisas. Os ofegões já descobriram que um avião joga os hambúrgueres e o outro as bombas. O pai grita para os filhos: cuidado que a mostarda só vem no terceiro.

No Brasil, com a formação da dobradinha Genoino-Erundina para a disputa do governo de São Paulo, abre-se uma enorme possibilidade. Se perderem poderão virar dupla caipira. Enquanto isso, Maluf confessa que seus trezentos milhões estão, de fato, em Jersey, e não nas garras de Bin Laden, como seus maldosos detratores parecem sugerir. Maluf está em dúvida se vai centrar a sua campanha no fato de ser gay, já que é moda político gay, dá muitos votos, ou se vai arranjar um vice de nome árabe, inaugurando a era da disputa étnica na política brasileira. O PT quer o voto ético, e Maluf o étnico. Ele vai encomendar a uma agência de marketing uma campanha para mostrar que é gay, o que é uma enorme mentira. Ele nunca foi gay na vida. Nem sequer consegue rebolar, a não ser no carnaval, com muita uca na cuca e vestido de Ali Baba. Mas faz qualquer coisa para ganhar uns votos. (trecho retirado...). Ah, que grande cacife eleitoral perdido... Enfim, voto é voto, mesmo que a campanha seja uma enrolação. O PT ataca, com um estudo sobre o assunto. Se ficar provado que o voto étnico é mais importante, os seus candidatos se declararão nordestinos. Se o negócio é ser gay, talvez... (trecho retirado) Os petistas estão cada vez mais espertos, e cercam o eleitorado por todos os lados, enquanto o Maluf corre o risco de ficar todo cercado, dentro das grades de uma prisão.

Já o Lula, satisfeito da vida, espera o governo cair de maduro em seu colo. Tem guardado o trunfo de também ser nordestino, mas isso não vale muito para o Brasil pobre, só para o rico, fora de São Paulo, é claro. Mas no fundo, Lula também é um político nordestino, esse encosto que nos assola há séculos. Ele nunca se declararia gay, porque em plano nacional não funciona. Nem étnico. O que ele quer é ser presidente de todos os brasileiros. Se o Collor pôde ser presidente, o Lula também pode. Vamos ver quem faz mais na entrada e na saída. A coisa só pode complicar se, quando o governo cair no seu colo, ele perceber que não estava maduro; estava é podre. Aí será tarde demais. Terá que encarar a podridão, e pouco importa o que ele vai fazer, na entrada ou na saída.

Já o Garotinho, que tem visão a longo prazo, antecipando a importância da ideologia religiosa, se converteu ao evangelismo. Quer o voto devoto dos religiosos que estão transformando os cinemas em igrejas. Também pudera, os filmes eram muito ruins. E ele que é do show busisness, usa a sua grande experiência em auto promoção. Afinal, se o Reagan pôde ser presidente, o Garotinho também pode.

Enquanto isso, no Afeganistão, umas bombas inteligentes acertam depósitos da Cruz Vermelha, e instalações das ONGs desarmadoras de minas. Sorry foi um engano. Um míssil de um milhão de dólares acerta em cheio uma carroça puxada a burros e cheia de verduras. Efeitos colaterais. Fico pensando como seria a bomba inteligente brasileira: subiria gloriosa aos ares, faria curvas e evoluções, se dirigiria ao alvo, e no meio do caminho pensaria com os seus botões: céus, onde foi que deixei os meus óculos?

Zé Honório, seu criado.

PS: Retirei alguns trechos. O Zé Honório que os publique com seu nome e assuma as conseqüências.