Desabafo em pausas... Cansei!

Cansada dos idiotas. Que pensam em si próprios somente. Dos que mentem quando respiram. De toda uma gente medíocre e sem caráter.

Cansei desses sonhos que sonhei. Meus pequenos desejos incomuns aos outros. Das pessoas mortas que passam por mim em todos os lugares. Não vi um, ao menos um, que pudesse responder-me que valeria a pena.

A cidade está cheia de mortos. Cheia daqueles que não pensam mais. Que, automaticamente, vivem a esmo. De soslaio pensei me entregar, mas anseio, meu último fio de esperança, encontrar alguém que sinta as palavras vivas dentro da boca, um encontro no olhar daqueles que reluzem as estrelas. Um encontro a dois e mais nada.

Cansei de insistir. De manter-me presa a esse viés de solidão. Dessa pouca importância que os outros dão ao coração. Das palavras mortas, do resultado pouco, do ato "tentar". Emudeci aos poucos, e pouco sei. Mutou de repente em mim um novo ser. Não reconheço, pois cansei. Cansei de esperar alguém chegar. De estar sem que ninguém mais estivesse. De fingir minha constância.

Estabeleci princípios que não condizem com a sociedade. Não pertenço a esse lugar. Quiçá, a mim. Mas sou, exatamente, o que tenho que ser. Mantenho-me inteira, embora exausta, para que reconheça-me quando chegar, minha metade. Meu estado de espírito, nu. Sem promessas, nem sonhos e/ou planos. Um novo estado de bem sem final.

Para que então possa respirar fundo e começar do zero. Esperar o castelo ruir, a princesa cansar e partir; fim do final feliz.

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 17/05/2012
Código do texto: T3673089
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