Incontrolável e domada; pelo mundo

Por mais que façam de tudo, sou sempre a mesma mulher que não resiste ao tempo e que não aprendeu a lidar '' com nós dois '', sim sou, aquela menina doce e romântica, a que escreve poesia e dá cores ao mundo. No fundo sou negra e de ninguém, é mais forte que eu, e todas as vezes que consegui me controlar, cada segundo que '' conseguia '' era uma vitoria conquistada. Mas no fundo só mudava por fora e na primeira oportunidade faria de novo, tentei muitas vezes lutar contra a humana fraca que sou, mas sou fraca demais para vencer minhas fraquezas. Sim devo ficar só, com o vestido curto, com um básico lápis de olho, com os lábios carnudos e unidos, devo me manter lá no mesmo lugar, porque não vou mudar e o tempo não perdoa minhas péssimas escolhas. Noites sobre noites chorarei, mas é disso que sou feita, é das péssimas escolhas e da carne fraca, da velha desculpa de homem casado querendo trai, sou tudo aquilo que me tornei com muita experiência e em ser do mundo, em tentar e tentar e voltar para o mesmo lugar, que é sentada escrevendo como seria esse final, escrevendo o mesmo final de sempre, os personagem mudam, mas o roteiro é sempre o mesmo.Não posso ser envolvida, sou de momento, sou o rabisco do fim da folha, sim eu não leio o contrato, só assino, não peça flores porque não gosto de enterro, não peça lágrimas porque as terá sendo falsas ou verdadeiras, não me peça para sorrir, sou massa de modelar e o que quiser que eu seja serei; quando eu estiver com você, mas assim que virá a esquina, voltarei a ser a menina dos olhos do mundo, a independente que o amou mais que a própria vida, mas tem necessidades maiores que sua ausência não supre.

Milena Miranda
Enviado por Milena Miranda em 19/06/2012
Reeditado em 01/02/2013
Código do texto: T3733620
Classificação de conteúdo: seguro