Entregue-se

Vou começar outra vez; no foco que perdi de pouca sensatez. No olhar que me iludi; no inverno que se fez. Na canção que não ouvi; numa vida; num ano; num mês.

No vento que soprou e se faz, e por pouco de força para amar e acreditar, se desfez. E pelo poder de transformar longos dias em três. No voar, no caminhar, no saltitar de pouco se fez.

De alegria não transborda, de verdade não se entrega, de maldade se molda, por medo do passado, nega!

Se força se afoga, ao nadar profundamente; em sorriso e lágrima, em amor tão descrente. E sente. E mente. Que sente. E nada.

Corre, quer, mas não, não acredita.

Se faz, se desfaz, se quer, e quer mas, não sabe ao certo. Só o incerto...

...e não se entrega.