Carta ao Amor que não vingou.

Caro Amor sem prognóstico...

Não pude lhe abrigar em meu ventre, e tua bondade é tanta que mesmo sem ter vingado não reivindica vingança.

Tudo fizemos para que você crescesse, vicejasse, feito plantinha ou feto.

Tão rápido a tua filha mais nova, a Paixão, tomou conta de mim que não tive tempo para mais nada e quando ela foi embora levou consigo a semente, a raiz, as folhas, os projetos todos sonhados.

Sobrou mágoa, susto, vontade de acabar o inacabável, como reticências querendo virar ponto final.

Não vingou. Mas existiu. E nesse breve instante na linha do tempo pudemos experimentar algo de doce, algo de sopro do mar, algo de esperança que se desesperançou.

Espero senti-lo de novo, muito breve. Venha sim, visitar esse coração que não vive sem ti.

Saudades.

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 15/02/2007
Código do texto: T382280