Volta

Encontro-me mais uma vez com canetas nas mãos, e com algumas folhas à minha frente, as palavras já saltam dos meus dedos, novamente volto a lhe escrever.

Sei que erro ao expôr todos os meus sentimentos, assim, de maneira tão límpida. Tenho que admitir-lhe algumas coisas: minhas poesias, voltaram a ser suas. Voltei a dedilhar a nossa canção, criei novas melodias, em todas elas você está presente, em cada acorde a solidão me abraça, as lágrimas me ajudam a compôr cada nova letra, você precisava as escutar. Deixa eu tocar para você? Deixa eu recitar uma poesia ao pé do teu ouvido? Deixa eu te tomar em meus braços? Deixa eu te amar como nunca antes? Deixa eu te fazer mulher?

Perguntas... é só o que eu tenho. Por que você não vem? Por que você não volta? As trilhas que você percorria até mim, ainda estão acesas, meio apagadas, mas é só você olhar, dá para ver as tuas pegadas que indicam a tua partida. Mas vêm, vêm e traz de volta a felicidade. Me apresenta o teu sorriso mais encantador, e o teu olhar sedutor. Volta, põe aquele teu vestido vermelho, e aquele perfume que eu sempre gostei, e vem ao meu encontro. Não precisa correr, eu espero!

Volta! Bate novamente a minha porta, grita meu nome, ou apenas sussurre-o, eu a escutarei. Volta e senta ao meu lado, contempla comigo o luar, não precisas adentrar a minha casa, se aninha em meu abraços, deixa-me ouvir a tua respiração falhada, encosta a cabeça em peito, não fala nada, só escuta como o meu peito acelera quando estou ao teu lado.

Olha! Sei que sempre disse que entenderia caso tu resolvesses partir, (eu fingi bem, amor), eu nunca entendi, nem sequer aceitei, mas não clamei para quê ficastes, errei? Não sei. Mas diz-me se estás feliz agora, tão distante de mim? Minhas palavras já não te alcançam, o vento já não te abraça por mim, as estrelas não brilham como antes, e a lua? A lua não é mais dos namorados (não para mim), a olho e lembro de todas as promessas e juras que fizemos a fazendo como testemunha. E agora? Agora você se foi, quebrou todas as promessas, levou consigo o brilho da noite, o canto dos pássaros, a luz do dia, a beleza do luar.

Você consegue entender? Você consegue ler tudo que eu disse nas entrelinhas? Você consegue ler meu coração? Você desvendou todas as feridas da minha alma?

Volta! Mesmo sem entender, ainda te amo.

Ainda amo os teus olhares perdidos, ao me encontrar. O teu sorriso muda, ao me olhar. Amo o jeito como as tuas mão tremem ao me tocar, o jeito como você se torna frágil, quando me ver se aproximar. Será que percebes? O meu coração clama por ti, assim como minhas palavras.

Desculpe por te escrever, não vai acontecer mais... (mas isso não é uma promessa).

PS: Volta, estou te esperando na janela da nossa casa.

Scva
Enviado por Scva em 21/08/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3842056
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