O que é o amor, Filos quase amigo?

Olá, quase amigo.

Tenho sido sua inoportuna correspondente, pois tenho pensando muito por estes dias.
Pois é. Não chame de nostalgia. Não é. É apenas reflexão. Considerações, de uma mente inquieta que você quase chega a conhecer.
Me reporto a você por ser isento da fragilidade humana, e gostaria que me respondesse com muita seriedade: o que é o amor?
Não, Filos. Não fique entediado. Bem sei que apenas quem ama suporta estas questões carregadas de emoção açucarada. Mas entenda, quando o coração está repleto tudo fica pequeno, até a alma.
Então, mastigue esta lamúria e tente responder, por favor... O amor é desejo incontido e devorador ou chama lenta que queima as entranhas daqueles que amam?
O amor é entrega total ou a insanidade de querer de sorver por pura devoçao até o ar que cerca o objeto do amor?
É o resultado químico de alterações hormonais com validade definida ou é o olhar derramado, o sorriso deslumbrado e a mais pura fonte de inspiração?
Seria o amor, dedicação, coesão e ternura ou seria elaboração, reflexão, acerto, erro, reconsideração e construção contínua?
Talvez perdoar e ser perdoado, chorar e sorrir, brigar e reconciliar, falar e ouvir e depois de tudo olhar a pessoa amada com os mesmos olhos de toda uma vida?
Então, quase amigo, confesso que não sei. Sei apenas de mim. E apesar da acidez com que receberá minhas palavras compartilho  minhas conclusões muito íntimas, muito pessoais:
O meu amor não é terreno, também não é só físico e nem pode ser definido.
O amor que me brinda nunca enfraquece, nunca perde a direção.
É aquele que mesmo desafiado pelas minhas sombras, não perde a luz.
É o meu rumo, minha essência, minha força de espera e de consumação.
O meu amor não tem um nome mas se fosse chamá-lo, seria o mesmo, sempre.
Sim, Filos. Sei que é pouco compreensível que criatura tão tosca possa sentir algo tão rico e nobre, mas digo a você, até o mais ímpio dos mortais pode ser resgatado pela força indescritivel do amor.
Eis-me aqui. Sou a pedra viva que ressoa, não se iluda. Meus olhos dizem o que minha alma vive.
Estou amando e até quando os lobos uivam, Filos, eu vejo poesia nos olhos de quem me quer bem.
Portanto, meu caro quase amigo, guarde suas falas ferinas, nem mesmo elas podem tirar o meu brilho nesta vida.

Até breve,

Sua nada amiga.


 

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 17/10/2012
Reeditado em 17/10/2012
Código do texto: T3937827
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