Recordações

São muitas as lembranças. Inúmeros os objetos. Tanto físicos quanto sistêmicos. Cartas, alianças, presentes, fotos no computador, conversas de msn, mensagens enviadas. Para alguns isso me faz mais mal, pensando no tempo que já se passou do fatídico fim. Outros, me dizem que só me libertarei me desfazendo de tudo isso. Mas aí que está. Tudo bem que talvez eu dê muita importância a quem não merecia um único pensamento. Mas essas lembranças estão guardadas. Aquelas que raramente mexemos, por saber que nos faria mal. Mas que nos deixa um pouco mais felizes por saber que existem. E mesmo sem razão, amenizará um pouco da saudade que por ventura queira se abater. E digo mais: quem for ficar comigo hoje, tem que vir ciente que tenho inúmeras histórias. Não sou um livro em branco. Claro que há inúmeras páginas ainda a serem preenchidas. Mas que jamais apagarão as anteriores. Eu sei o quanto eu amei. E sei o quanto ainda posso voltar a amar alguém que não seja ele. Mas me desfazer de tudo que me uniu a alguém a quem um dia fui muito unido, seria o mesmo que desfazer boa parte de mim. O que tenho hoje é a mais absoluta certeza que estou vivo. Nada foi capaz de me derrubar de uma maneira definitiva. Nem mesmo as lembranças. Porque, talvez, me desfazer delas seria instaurar em mim um vazio certamente maior do que eu senti e, ainda hoje sinto, por saber que não o tenho mais ao meu lado.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 02/11/2012
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