Carta aos adolescentes

Carta aos adolescentes:

Jorge Linhaça

Sei bem, meus filhos ( permitam que os chame carinhosamente assim), que o mundo oferece muitos atrativos. Que a alegria pode ser facilmente confundida com felicidade.

Que a irresponsabilidade pode muitas vezes ser confundida com a evolução para uma nova Era.

Sei que o sentimento de fazer parte de um grupo, é muitas vezes mais forte do que a nossa vontade de fazer o que é correto. A solidão é uma coisa complicada... Precisamos nos sentir fazendo parte de algo...por isso, algumas vezes abrimos mão daquilo em que acreditamos.

É muito mais fácil ser o palhaço da turma ou rebelde sem causa do que manter uma postura pacifica e produtiva diante de nossos professores, da sociedade, de nossos pais.

É muito mais fácil dizer sim do que não diante de um grupo que consome algum tipo de droga, seja ela lícita ou ilícita.

Todos nós temos o desejo de ser livres, de nos libertarmos das amarras das regras e conselhos dos mais velhos.

No entanto, a liberdade não vem com a escravidão, não é trocando de feitores que nos tornamos livres de verdade.

Alguns dizem que as drogas libertam...Que abrem a percepção...Que nos deixam mais ativos...etc.

Outros, dizem ser normal a ”pegação”, a promiscuidade sexual, e a popularidade de alguns é medida pela quantidade de bocas que se beija em uma balada.

Longe de nos libertarem, coisas nos aprisionam em um circulo vicioso que impede que sejamos pessoas conscientes, capazes de discernir entre o certo e o errado.

Acreditem, existe o certo e o errado, por mais que lhes vendam a ideia de que isso é relativo.

Em busca de uma falsa liberdade nos tornamos escravos de atos e hábitos que não nos edificam em nada.

Não é preciso ter pressa de crescer, não é preciso descambar para a promiscuidade sexual para que se sintam mais homens ou mulheres. Essa é uma armadilha da qual é difícil escapar depois de aprisionados a ela. Àqueles que já caíram na mesma, ainda há tempo de cair fora.

Ainda há tempo de rever seus conceitos, ainda que isso não seja de todo fácil.

Claro que mudanças de comportamento podem ser dolorosas, pode implicar em deixar determinados grupos onde ser diferente não é visto com bons olhos.

Mas existem pessoas diferentes, existem grupos de pessoas diferentes, com padrões de comportamento diferentes.

Podem ser considerados esquisitos, mas quando nos aproximamos deles, de seus padrões mais elevados, percebemos que não são pessoas alegres, mas em seus olhos existe o brilho real da felicidade.

A alegria é uma coisa passageira, assim como o efeito das drogas ou das bebidas, a felicidade é um estado de espírito que nos acompanha e nos faz desejar fazer o bem, as coisas certas.

A escolha é simples: Vivermos em um mundo de ilusões passageiras ou construir a nossa felicidade.

Contentarmo-nos com momentos alegres ou desejarmos ser felizes.

A verdadeira liberdade implica em poder e saber dizer não.

A escravidão implica em dizermos sempre sim a tudo que nos oferecem.

Escravidão ou Liberdade? Essa é a sua escolha!

Salvador, 27 de novembro de 2012