AMOR ALÉM DA VIDA!

Ontem à noite, mergulhei no passado e avistei você a meu lado. Pude constatar toda a solidificação que nos unia. O beijo no amanhecer, a cumplicidade em todos os momentos da vida. A magnitude exposta em teu gesto aliada com a sabedoria de tuas palavras. Nosso mundo era florido, cada alegria compartilhada no riso sincero coberto por um abraço envolvente que nos remetia ao princípio do tempo, parecia que estávamos sempre no jardim do Éden. Hoje despertei radiante, beijei tua foto, reli minuciosamente as perfumadas cartas; acariciei tua indumentária e ouvi tua melodia predileta. Uma terna lágrima rolou pela face. Eu não tencionava chorar, mas copiosamente, fui envolvido pela doce lembrança que sempre acossa a mente, vertendo um misto de alegria incontida no desabrochar da esperança interceptada pelo dolor da repentina partida. Coloquei minha roupa de domingo; aparei o bigode, caprichei na brilhantina, não optei por gel ou outro fixador capilar; queria estar no passado, não dissipando o aroma de nosso perfume. Lustrei os sapatos, clareei os alvos dentes para receber o teu beijo. Produzi-me com enfeites para te ver. Agora estou aqui, deleitando-me com tua foto emoldurada na lápide gelada. A coroa de flores parece sorrir para você.

=RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS=

"Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo"

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 04/08/2005
Reeditado em 08/11/2005
Código do texto: T40110