Ao escritor

Deixe que as emoções saiam livremente. Não se acanhe! Não se prenda à métrica, nem à lógica sequencial! Deixe fluir! Não se envergonhe do que fez e não fique imaginando o que pensarão. Não se contenha!

Faça dos seus sentimentos e pensamentos se libertarem e deixe-os voarem como pássaros.

Escreva tudo o que vê. Tudo aquilo que seus sentidos são capazes de captar. Seja você. Não se atenha à formas, fórmulas nem fôrmas criadas pelos outros.

Se quiser, seja sinestésico, abuse das metáforas, seja cômico ao mesmo tempo em que é melancólico. Seja irreverente!

Pule a linha, deixe a frase incompleta, ponha reticências onde esperam que haja palavras.

Use palavras complicadas se souber, se não, não as use. Use a simplicidade. Não há problema em fazer rimas pobres quando elas são puras e lindas.

Deixe-se levar pelo o momento que está vivendo.

Escreva, risque, amasse, rasgue, refaça, apague, abandone por um tempo, tome uma água, respire, retome, melhore, aperfeiçoe. Mas não queira criar algo perfeitamente perfeito, afinal a perfeição não existe e ela pode ser um engano perigoso, capaz de acabar até com o mais célebre escritor.

Faça o seu melhor. Ignore as críticas que nada lhe acrescentam e aceite sempre até os mais simples elogios.

Não tenha medo de não agradar.

Queira e procure agradar-se primeiramente. Olhe sua obra com amor. Apaixone-se por cada verso, linha, estrofe, etc.. Deixe-as serem espelhos da sua vida, pois você tem que se emocionar ao lê-las para esperar que outra pessoa sinta o mesmo.

Escreva. Escreva. Escreva um milhão de vezes, sempre como se pela primeira vez escrevesse.

Sorria cada vez que completar algo; enxugue o suor do seu cérebro e exclame contente: EU CONSEGUI!

Mas, também não é preciso fazer tudo o que aqui sugeri.

Descubra o seu modo de escrever, afinal, cada escritor possui o seu.

Também não me tenha por psicóloga, até porque simplesmente sou uma escritora. E devo salientar que uma escritora que nem direito sabe o por quê de tudo isso que agora lhe escreveu.