TÃO SÓ

Sidneya Rossi—04-05-1998

Gota a gota, despenhou-se dos meus olhos a lagrima fatídica do arrependimento, por não ter sido eu capaz de arrancar a venda que até então cegara o meu olhar. E foi tateando na escuridão do obscurantismo, que algumas pessoas conservam como se fossem verdadeiros méritos, que consegui descobrir e conquistar o meu caminho.

E nesta doação absoluta, onde alma e corpo, coração e mente se fundem, não conheci o amanhã, porque o ontem já se fora e o hoje se prostrou inerte diante de tudo aquilo que todos tacham e que dizem se chamar: vida.

E o que é a vida, se não uma competição rumo ao desconhecido, onde dia após dia tenta-se ultrapassar a barreira dos próprios limites?

Por isso corri, alucinadamente em busca de mim, e ao tentar dissipar os obstáculos alguém gritou: - Pare! Mas eu não parei e nem sequer para trás olhei.

Outro alem murmurou baixinho: Vai em frente! E sem poder agradecer, chorei...

Em um determinado ponto do trajeto cai e me feri e, ao me ver sangrar ouvi pedir: - Fiquei aqui! E sem poder parar eu prossegui.

Uma vez, um beija flor me ofereceu seu ninho, exausta, repousei. Na manhã seguinte, vendo que eu não tinha asas para ficar no ninho, me presenteou com a ternura que só exprime o coração de um passarinho e me conduziu de volta para meu caminho. Senti saudades... Como é bom ter um amigo.

Chorei, sorri, sonhei. Calei, sofri e amei.

Até que um dia encontrei o que faltava em mim. E neste dia, por estar tão só, eu não pude ser feliz, mas ouvi, a minha própria voz dizer pra mim: - Venci!

SIDNEYA ROSSI
Enviado por SIDNEYA ROSSI em 18/12/2012
Reeditado em 21/01/2013
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