Carta para Elizabeth - sobre os medos ocultos

Minha querida amiga Elizabeth Carvalho

Venho através desta carta, falar um pouco sobre medo. Medo do que não conheço, do que há de vir e medo de mim mesmo, pois acho que ainda não me conheço por completo. Estanho não é? Você também tem medo? Sinto que minhas decisões de hoje podem ter um peso muito grande no meu amanhã. Peso este que talvez não possa suportar. E por isso esse medo parece me congelar. Acho que sempre fui uma pessoa medrosa pra algumas coisas. Lembro-me que quando ainda adolescente tinha um medo muito grande de falar em público e isso me atormentava ao ponto de dar dor de barriga ou gaguejar e suar frio. Consegui vencer esse medo, não totalmente, mas talvez noventa por cento. Hoje meu medo maior é o de perder as pessoas que amo e esse medo é cruel, haja vista inevitável, uma conseqüência da vida. Vamos ter que ver as pessoas que amamos indo-se ou nós mesmos vamos primeiro. É o medo do que há de vir que às vezes me atormenta. Peço a Deus força quando este momento chegar, porque sei que não será fácil. Lembro da dor que foi ver partir de maneira trágica um colega nosso de jornada, há uns meses atrás. Ele era jovem e cheio de vida que nem nós. Tenho medo dessas surpresas da vida. Às vezes ela é cruel. Sei que o medo não pode ter o poder de nos dominar, por isso finjo não o ter, para quem sabe assim me convencer disto. É o anão fingindo ser grande para conquistar as alturas. E você, quais os medos que lhe afligem? Eles lhe paralisam também? Como não permitir que eles nos atormentem? Agradeço por sua atenção e amizade.

Com carinho e desejoso de continuidade.

Iziquiel Alves
Enviado por Iziquiel Alves em 23/12/2012
Reeditado em 23/12/2012
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