Apenas mais uma carta

Nós sempre estamos dispostos a recomeçar; principalmente depois de uma queda livre e brusca. Daquelas que, quanto mais caímos, mais distante do chão ficamos. Pois bem. Hoje é domingo, quase uma hora da manhã. E mesmo sabendo que finalmente posso ter encontrado alguém que provou gostar de mim de verdade, foi inevitável não me surpreender pensando em quem, de um modo geral, me fez muito mal. No momento em que amei incondicionalmente e não recebi o devido reconhecimento; a desejada retribuição à altura de meus sentimentos. Assim, voltei a enxergar, em mim mesmo, o velho prisioneiro de seu próprio coração. Prisioneiro do que eu acreditava se tratar do amor que eu conseguiria levar até os últimos segundos de minha vida. Ainda assim, à minha maneira, e mesmo que solitário (apesar de acompanhado por outro alguém) consegui manter esse amor. O meu amor. Em momento algum me mascarei ou deixei de ser eu mesmo. Mas agora, depois de tanto tempo do fatídico e previsível final, a certeza que vem, e fica, é a de que não posso mais me anular. Esperar por algo que talvez nunca volte. Que sinceramente talvez nem tenha existido de verdade, da maneira como todos sonhamos. Mesmo hoje tendo a plena certeza de que ainda amo - e talvez sempre amarei - já consigo me sentir preparado a gostar novamente de alguém. Tendo a mais absoluta certeza que um amor não substitui outro; embora alguns sejam insubstituíveis são dois amores, ou mesmo a forma de carinho diferentes. Talvez eu esteja sim amando. E muito. Não com a mesma intensidade de antes. Mas com a mesma verdade de sempre.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 06/01/2013
Código do texto: T4070348
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