Somente a saudade

Quando a saudade de um amor bate, a dor e a tristeza caminham lado a lado, como se quisessem nos desafiar para descobrir até quando poderemos suportar. Se vamos ou não desabar. Se saberemos amenizar ou até mesmo apagar. A saudade, além de audaciosa, é uma cretina, chata, inconveniente e sempre chega na hora errada. E seus reflexos são os mais devastadores possíveis. Suas consequências, inimagináveis. É nesse momento que mil pensamentos nos vêm à mente e já não sabemos como agir. O que fazer. A quem recorrer. Sorte de quem usa das suas palavras seu modo próprio de desabafo. E é até melhor. Tudo fica ali, registrado. Mesmo que depois não se possa reler. Ou, ao ser feito isso, já não seja tão ruim. Afinal, antes registrar o que faça algum mal do que lançar palavras ao vento. Que não sabemos onde vai parar. O que ainda pode causar. Enfim, difícil viver tendo tais lembranças. Se é que seja possível viver. Existir talvez seja a palavra mais propicia a descrever quem vive na pele uma situação dessas.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 20/01/2013
Código do texto: T4094928
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.