OS TEUS PASSOS
Eu queria tanto poder te falar só de poesias e ser a estrela à te guiar na estrada perdida.
Ser o balsamo, para refrescar os teus pés cansados da caminhada e ser as tuas lágrimas, para te ver me chorar de alegria.
Eu queria ser o barco seguro, para protege-lo sempre das tempestades na proa da vida, e o teu agasalho para as noites frias.
Sabe... eu queria tanto! mas o meu querer não é tudo. Ele se torna ridiculamente pequeno diante das coisas de você. E foi por isso que tentei me sufocar com os teus defeitos, e nas ruínas da vida que eu construí eu quis ser as pedras à te calejarem os pés. Eu quis fazer dos teus lábios brotarem lágrimas e dos teus olhos palavras, e me transformei na mancha negra a te imacular a alma.
E quis inverter os papéis dos sonhos e acho até que quis ser
odiada por você, para que te fosse bem mais fácil saber.
E como eu tentei me afastar!
Eu quis até te esquecer, mas qual, tudo o que consegui me afastando, foi me perder, e me perdendo, ainda mais te encontrava.
Eu quis enterrar as lágrimas dos meus olhos, entre as minhas
ruínas mas, lá estavam os teus passos e eu me via te seguindo.
E, dentre os escombros à minha volta erguia-se o seu templo de vida, e diante do teu amor, eu me encontrava, tal qual, migalha humana à qual me transformara, então, me precipitei no abismo da sua imagem adorada, para morrer, na graça do teu amor.
Me transformei num pássaro, para voar dentro do seu infinito
e transformei o sol, em milhões de estrelas, para enfeitar o seu mundo.
Juntei então todas as minhas migalhas, para tornar-me linda
diante dos teus olhos e, na fonte das minhas lágrimas, banhei o meu espírito, para que ele se tornasse muito, mas muito puro, para poder ser digna de você.
Rasguei na dor o meu coração, deixando que ele jorrasse livremente aos teus pés, feito dádiva, ao ser supremo que reina em minha alma.
E só então me dei conta, que tudo fiz, para que você, pudesse definitivamente entender o quanto, o quanto eu amo você.