AO MEU AMIGO...
Ah, meu amigo!... não vou lhe falar de conselhos, não vou lhe mostrar os espelhos e muito menos tripudiar. Dizer-lhe o que já sabia não vai deixá-lo menos pior. Prefiro permanecer ao seu lado, e mostrar-me presente para ouvi-lo, se preciso for. Desabafe, se for o caso. Silencie, se bastar-lhe o acaso, mas deixe sair desse peito essa dor.
Há muito sei de suas esperanças perdidas, das tantas lágrimas vertidas por um amor que nunca foi seu. Há muito é muito o que vejo, sem poder falar-lhe, quando você insistia num mundo que não lhe cabia, na ausência de tanta cor.
Ah, meu amigo!... faça a caminhada contrária. Retorne ao ponto onde se perdeu. E se perdida continuar sua busca, não se perca naquele olhar que ofusca, mas olhe bem mais adiante. Porque o amor, se não é correspondido, se não é presente e muito pouco vivido, em momento algum será o bastante...