"CARTA ABERTA AOS RECANTISTAS".
  Armando Lemes.
 
Ao completar 1100 textos com a publicação dessa carta, dirijo-me aos amigos poetas e poetisas desse Recanto das Letras querido. Há um ano tomei conhecimento desse site, e, me inscrevi como curioso das letras. Como já tinha uma história poética, ainda não revelada, achei interessante fazer o teste, publicar os meus textos, afinal a inscrição era de graça, e, meus textos estavam amarelados, engavetados e entregue às traças. Como jornalista, que nunca viveu da profissão, pois tenho uma formação técnica, que foi durante anos meu ganha pão, para criar e dar formação superior a cinco filhos, topei a parada. Você chega tímido e devagar vai se familiarizando com o ambiente, e conhecendo poetas e poetisas colegas de Recanto. O entrosamento leva mais tempo. Descobri que um dos princípios para ser lido é a visita, me dediquei arduamente a ela. O Recanto te dá noções de como ser mais lido, mas confesso que não funcionou. Em um ano de Recanto fui visitado por mais de vinte e seis mil amigos leitores do RL, ou não, e pouco mais de trezentas visitas com comentários. Duas coisas me encucam, e, para isso lanço essa carta aberta aos meus amigos, para que me possam orientar e eu possa desencucar, do por que da difícil missão de ser lido. Considero-me com bons textos publicados, e muito pouco lidos. Por raríssimas vezes consegui, estar entre os 100 textos mais lidos lá no pezinho da pirâmide. Uma poesia de amor, o meu repertório maior, comentada por poucos visitantes ilustres e classificada como um maravilhoso texto, para alcançar quarenta leituras venta e chove. Quando vejo o topo da pirâmide me desmorono. Textos fracos, mal escritos e às vezes até sem continuidade e conteúdo, diga-se de passagem, no meu entender péssimo. Não quero desmerecer ninguém, faço essa observação, porque é isso, o que eu sinto pelas minhas análises, de quem tem algum conhecimento da matéria. Também textos bem escritos e merecedores do topo várias vezes presenciei, e aplaudi de pé. Chego a acreditar que se tivesse postado um perfil mentiroso com uma foto jovem dos meus vinte anos, sem constar a minha idade seria um sucesso de leitura. Pasme, acredito não ser esse o objetivo dos poetas e poetisas do RL, que aqui publicam seus textos. Será que o público do Recanto tem esse preconceito de não ler poetas idosos? Não quero acreditar nessa possibilidade, pois acredito que, o que vale numa obra é seu conteúdo, e, não a foto bonita que ilustra o texto ou a identidade dos poetas. Outro fator, que me intriga é o recurso usado por certos poetas e poetisas para publicar o comentário de seus visitantes, deixo claro, que é um direito de cada um, e, não quero influenciar a cabeça de ninguém, mas confesso, que quando comento o texto de um poeta ou poetisa e aparece o aviso dizendo que meu comentário será publicado após a aprovação do autor, me sinto em 1964, quando o poder militar pré-censuravam tudo aquilo que era publicado pela mídia escrita e falada. Tenho uma maneira de pensar diferente, e acredito que aquilo que escrevemos deve ser de nossa inteira responsabilidade, e daí se é verdadeiro, não devemos temer os comentários. O poeta é livre, o poeta e sábio, o poeta é responsável e dono de si. O próprio RL deveria repensar nesse parâmetro, pois isso prejudica a credibilidade do site, dando-se a impressão, de que aqui não há normas e regras, para publicação dos textos poéticos, cada um faz o que quer, daí a censura prévia do que se comenta, e isso não é uma realidade. Finalmente quero agradecer àqueles que tiverem acesso a esse texto e dizer que estou muito feliz e sinceramente agradecido por aqueles que me visitam, e deixam seus comentários. A disputa é coisa sadia, e a grande vitória do poeta e ser lido, comentado, criticado ou elogiado, desde que com ética e sabedoria.
 
Obrigado a todos.
 
Santa Rita do Sapucaí, Mg- 27 de janeiro de 2013.