Ao Sair de Casa (com música)

do livro Cartas a um filho - Devany A. Silva)

Quando uma pessoa decide melhorar suas condições de vida, sabe disciplinar sua mente com vontade inabalável em direção ao se objetivo, tudo de bom e oportuno virá ao seu encontro: bons livros, bons amigos, criaturas simpáticas e outros meios que lhe ajudarão a realizar seus justos desejos.

James Allen

Querido filho.

Há alguns anos aprendi um pequeno ritual, se assim posso chamá-lo, e o venho praticando diariamente.

Já que cada dia que se inicia começa uma nova jornada, temos que estar preparados para mais uma caminhada. Nessa caminhada, é de bom senso não levar peso excedente e devemos carregar somente nossa bagagem.

Sei que estou sujeito a ter várias companhias. Velhos amigos estarão novamente comigo e devo saudá-los.

Outros que provaram não serem confiáveis deverão se afastar.

Então, ao sair de casa para mais um dia, saúdo-os:

- Bom dia, Coragem. Vamos? Determinação, preciso que estejas sempre comigo, você já sabe, não é? Otimismo, vem comigo. Ao meu lado, você não só ajudará a mim, como aqueles com quem convivo. Fé, como sempre preciso de você, Avante! Sorriso e Simpatia, vamos? Sem vocês parece que o dia fica nublado. Compreensão, por favor, ajude-me sempre. Quando estás distante de mim, erro muito. Pessimismo e Tristeza, por que se adiantaram? Parem, ninguém as chamou. Vocês não devem ir. Incompreensão, Intolerância e você também, Senso Crítico, acalmem-se. Parecem feras famintas!!! Vocês já provaram que não são confiáveis, portanto, não irão comigo. Afastem-se e voltem de onde vieram.

Sei que, mesmo com esses cuidados, alguns sempre dão um jeito de disfarçadamente, virem. Paciência, a responsabilidade eu sei, é só minha.

Assim agindo, inicio um novo dia, mesmo sabendo que, na primeira esquina, é possível encontrar algumas dessas companhias que tento evitar.

Ouço a Fé, que caminha ao meu lado, me lembrando dos bons amigos que estão comigo, e ao mesmo tempo, me alertando das sutilezas daqueles em que não devo confiar.

- Quantas vezes o Orgulho não apareceu disfarçado de “opinião firme”?- lembra-me o Silêncio. De imediato, me vem a lembrança do “vigiai”.

Com saudades,

de quem não o esquece.